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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
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quinta-feira, 17 de julho de 2014


Aquando o lançamento do segundo livro da sua trilogia erótica de sucesso, Pede-me o que Quiseres, Megan Maxwell esteve em terras lusas para falar com os seus leitores, e tanto eu como a Sofia, autora do blogue Bran Morrighan, não perdemos a oportunidade de conhecer esta fantástica escritora que anda a causar furor entre o público feminino e não só! na vizinha Espanha.
Conhecida pelas suas inúmeras obras dentro do género literário de romance contemporâneo, Megan confidenciou-nos que a possibilidade de narrar algo mais ousado surgiu através de uma proposta da sua editora, algo que de início a deixou reticente – sempre escreveu sobre sexo com limites – mas que acabou por aceitar de bom agrado. Afinal, segundo a mesma, todas as pessoas têm as suas fantasias, os seus “jogos”, e, apesar de estes não serem comentados com terceiros, desde que não se prejudique ninguém não há motivo algum para as pessoas se sentirem constrangidas com o que praticam – como a própria comprovou ao dar a boa-nova aos que lhe são próximos, que após a surpresa depressa trataram de lhe contar as suas fantasias em clima de bom humor e boa-disposição.

Fotografia de Margarida Rodrigues, autora do blogue Tertúlias à Lareira

Quando questionada pelos elementos que diferenciam a sua história da tendência actual para publicações focadas em BDSM, a autora explicou que queria fazer algo diferente, e daí a forte aposta no voyeurismo e no swing. Afirmou, igualmente, que tinha conhecimento destas práticas e que com a devida pesquisa na Internet foi fácil informar-se e criar o seu texto.
Obviamente, acabámos por confrontar Megan com a postura submissa da sua protagonista, mas esta depressa nos esclareceu que embora Judith o seja em determinados momentos, tal não implica que ela também não goste de dominar, dizendo-nos também que este poder sobre o parceiro na relação, reversível na sua narrativa, funciona como algo excitante que não obriga há existência de qualquer tipo de violência, medo ou dor. Pelo contrário, é o cuidado e o carinho entre Judith e Eric que sobressai e evolui ao longo da história.


A autora referiu ainda o seu contentamento pelas muitas pessoas que se dirigiram a si agradecendo a publicação desta história, por ter conseguido desmitificar os tabus em torno deste género de relações sexuais, com a criação de personagens perfeitamente comuns – são disso exemplo Frida e Andrés, um casal com um filho que entre lençóis usufrui destas práticas – reafirmando assim quão saudável é a prática de fantasias quando partilhadas pelo casal.

Sobre as personagens, questionámos a escritora se o facto de Eric ser alemão tem algo a ver com o facto de esta ser a sua terra natal, e se existe algo de Megan em Judith, por ser espanhola. Informou-nos que nunca tinha pensado na nacionalidade de Eric sob esse ponto de vista, que queria apenas duas personagens muito diferentes, e em relação a Judith disse-nos que esta vai ao encontro das muitas protagonistas que cria e que reflectem a mulher espanhola em geral – gosta de personagens fortes – mas confessa que, de forma inconsciente, a sua protagonista acaba por agir como ela agiria.
Ainda em relação aos livros, no que respeita às intensas influências culturais, explica que para si é um imenso prazer escrever sobre a música, a comida e os traços do povo que conhece e adora, referindo-se neste caso a Espanha e Alemanha.


Por fim, mitigámos a nossa curiosidade relativamente à rotina de escrita de Megan Maxwell, que publica a uma velocidade rara. A autora explicou-nos que encara a escrita com grande seriedade pois essa é a sua profissão, dedicando-lhe 8 a 9 horas diárias do seu tempo – escreve de manhã e de tarde, e depois de um almoço tardio corrige o que escreveu anteriormente – e que quando está em cima dos prazos chega a escrever 12 a 14 horas por dia.
Megan reafirmou a importância da música na sua vida e a sua influência no que escreve (confessando ser fã de Alejandro Sanz, Malú, entre outros músicos românticos). Contou também que escolhe sempre o título das suas obras antes mesmo de definir as suas personagens e que a eleição de Pede-me o que Quiseres surgiu pelo seu cariz sugestivo e excitante.

Resta-nos agradecer a Megan a divertida e picante meia hora que nos disponibilizou, onde sempre animada nos esclareceu sem tabus e nos fez gostar ainda mais da sua história. E um muito obrigado, igualmente, à Planeta Manuscrito, por proporcionar mais este encontro com um autor estrangeiro, em mais um momento único para fãs.

*****
Trilogia Pede-me o que Quiseres
Pede-me o que Quiseres (livro 1) – Opinião
Pede-me o que Quiseres, Agora e Sempre (livro 2) – Opinião
Pede-me o que Quiseres ou Deixa-me (livro 3) – Opinião



Boas leituras*

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