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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Sinopse:
Jane Boyle é uma jovem e promissora arquitecta que está a viver um verdadeiro conto de fadas, desde que o charmoso, e muito rico, Malcolm Doran a arrebatou e lhe propôs casamento, acompanhando o pedido com um enorme anel de diamantes. Jane não consegue acreditar na sua sorte e resolve deixar o emprego em Paris para recomeçar a vida em Nova Iorque, na companhia de Malcolm. Mas quando Malcolm a apresenta à família, os muito temidos e reverenciados Doran, uma das mais importantes famílias da elite de Manhattan, o conto de fadas de Jane sofre uma abrupta e negra mudança de rumo. Em breve, tudo o que ela pensava saber sobre o mundo e ela própria é posto em causa. Agora Jane tem de tentar compreender as suas novas capacidades mágicas, ao mesmo tempo que luta contra a ameaça daqueles que tudo farão para lhas retirarem.

Leve, divertida e encantadora, com todos os perlimpimpins a que uma história sobre bruxas no século XXI deve conter e com um enredo romântico que faria qualquer solteira suspirar, 666 Park Avenue é uma comédia para corações apaixonados actual, com uma boa dose de entretenimento, que satisfará os fãs da série televisiva e cativará, certamente, as leitoras de fantasias amorosas que procurem um bom momento entre páginas.

Sem muita ciência ou complexidade, Jane Boyle é uma jovem arquitecta em início de carreira a quem a sorte e as coisas mais estranhas batem à porta. O seu passado não foi muito feliz mas desde que saiu de casa não se pode queixar. Faz o gosta, na companhia de pessoas com as quais se identifica e, literalmente do nada, encontrou o seu homem de sonho. Ou não será bem assim? O facto é que da marcação do seu casamento de princesa, com o solteiro mais cobiçado de Nova Iorque, a um curto-circuito capaz de deitar abaixo a electricidade de um prédio inteiro é um pulinho e, feliz ou infelizmente, ambas as coisas lhe acontecem. Os problemas com a electricidade são mais recorrentes, é claro!
Agora a sua vida vai definitivamente mudar e, em breve, terá de sair da glamorosa Paris para a o outro continente onde nada é o que realmente parece ser e a verdadeira aventura em que consiste na organização de um casamento nunca foi levada a um extremos tão repleto de peripécias e hilariante.

Aqui está uma história que me deu muito prazer durante a sua leitura. Procurava algo simples, descomplicado, mas que me distraísse da minha rotina e me permitisse folhear páginas sem que desse pela sua passagem, o resultado foi totalmente conseguido. Resumindo, foi uma leitura demasiado curta e, a quando terminada, a vontade de saber qual o próximo de Jane era mais que muita.

As personagens de 666 Park Avenue são familiares pela sua aproximação emocional ao real e os seus problemas são aqueles que, provavelmente, viveríamos se tivéssemos à disposição mais uns dólares/euros no bolso.
Jane é uma mulher que, para lá actual, gosta de ser mimada enquanto aprecia as coisas boas da vida – como a moda, o bem-estar e o sucesso na carreira – vivendo, apaixonadatemente, o seu amor incondicional por Malcolm. No entanto, a banalidade está longe de fazer parte de si e desde muito cedo habitou-se ao invulgar e a constantes acontecimentos desiguais, para os quais não encontra explicação. O seu sentido de humor e beleza são um trunfo que impulsiona a leitura e que, creio, dará muito prazer descobrir aos diversos leitores deste livro.
No que respeita ao seu noivo, este é a imagem perfeita de um jovem rico e de boas famílias, com acesso ilimitado às regalias com as quais podemos sonhar, o que torna a realidade desde casal um pouco transcendente sem que, ainda assim, escapem às dificuldades de qualquer relação.
Por outro lado a família de Malcolm, os Doran, trazem todo o conceito de mistério e maravilhoso a esta trama e, após o seu aparecimento, tornam este livro muito mais interessante. Eles são sombrios, rodeados de enigmas que contrastam com a sua ostentação e cheios de peculiaridades que farão Jane arrepiar-se numa primeira recepção, estranhamente afável. Com o desenvolvimento do enredo os segredos vão se adensando na medida certa, as personagens secundárias singulares vão surgindo e esta leitura ligeira vai se tornando cada vez melhor.

Em relação aos pormenores desenvolvidos, cativou-me a forma como a autora aborda os problemas que a fama acarreta, o método escolhido para introduzir a fantasia, suavemente, ao mesmo tempo que vai transformando o ambiente que rodeia os intervenientes mais sombrio sem que se perca a vida e a luz que caracterizam Jane que, por sua vez, se vai apercebendo lentamente das suas faculdades.

Em suma, uma obra ligeira que agradará quer às leitoras de romance paranormal, quer às leitoras de comédias românticas que encontraram aqui pontos atractivos em ambos os casos.

Gabriella Pierce tem uma escrita muito visual, o que explica o facto de o seu enredo ter sido passado para o pequeno ecrã. As suas palavras são simples e visam alcançar um público diversificado, primando pelo seu carácter de entretenimento bastante assertivo.
As suas descrições dão a ver o cenário na perfeição e as dicotomias que vai introduzindo, de luz e de escuridão, esmiuçam a satisfação que vamos retirando do seu texto.

Para o bem, ou para o mal, não vos posso contar muito mais sobre o livro sob o risco de revelar em demasia, ainda assim aconselho-o porque gostei bastante.
Como citei anteriormente, este é o tipo de história descomplicada e que também é essencial para fugir à rotina, porque não é só de grandes obras que se faz o leitor. No fim deixar-vos-á um ratinho de curiosidade e umas boas gargalhadas, entre pequenos momentos suspenses. Quero mais.

Uma aposta da colecção 1001 Mundos, ASA, que fiquei com vontade de oferecer a todas as minhas amigas para que, também elas, apreciem o prazer que se retira dos livros mais simples e, também, da fantasia. Caso para dizer, definitivamente, boa leitura., 

Título: 666 Park Avenue
Autora: Gabriella Pierce
Género: Romance; Fantasia
Editora: ASA – 1011 Mundos

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