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A Elphaba...

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Sinopse:
Não há família mais glamorosa que os Mandeville. O casal de celebridades Jack e Cass Mandeville parece ter tudo — boa aparência, carreiras coroadas de êxito e um casamento maravilhoso. Os filhos também são incrivelmente talentosos: a Cleo é supermodelo; o Sean é um comediante de sucesso; e embora Sophie, uma adolescente de 16 anos, esconda a sua aparência sob uns enormes óculos redondos e roupa larga, todos veem que existe um belo cisne ansioso por desabrochar.
Aos olhos da imprensa, a família Mandeville é simplesmente exemplar. Mas uma ruiva lindíssima, de seu nome Imogen, aparece para entrevistar Jack e Cass na manhã do quadragésimo aniversário de Jack… e a família fabulosa descobre que afinal talvez não seja assim tão perfeita. Com Jill Mansell, o amor está sempre ao virar da esquina, com muitas surpresas e grandes doses de humor.

A mais recente aposta da divertida Jill Mansell em terras lusas revelou-se uma verdadeira surpresa. Contrariamente ao estilo a que habitou os seus leitores, desta vez a autora optou por aplicar mais seriedade que diversão aos temas abordados mas não se retraiam, afinal de contas este romance não é um drama, de todo, simplesmente a forma são exploradas diferentes questões, complexas, através de múltiplas personagens comuns, dará certamente que pensar, o que não é tem de ser propriamente mau, pelo menos na minha opinião.

Sendo as narrativas de Jill repletas de intervenientes diversificados e apelativos, é complicado, para mim, definir o casal referido na sinopse, Jack e Cass, como principal porque, sinceramente, não havendo todas as outras personagens a contribuir para a teia de acção e para abrilhantar os seus cenários actuais, tal como nos livros anteriores, o seu enredo seria pobre e, quanto a isso, este livro não foi excepção. No entanto faz todo o sentido que eu defina a família Mandeville como a causa e efeito de todos os acontecimentos, afinal de contas eles são o elo de ligação entre todas as personagens do livro, para cima de uma dezena, que acabam por se encontrar num ou outro momento.

Considerados como um exemplo a seguir, Os Mandeville são perfeitos, um verdadeiro exemplo a seguir aos olhos de todos, mas, é logo nas primeiras páginas deste livro, que este encanto se perde e, consequentemente, o leitor assiste a muitas mudanças comportamentais em todos os intervenientes podendo, desta forma, reflectir sobre as alterações que um acto singular pode invocar.
Da filha mais velha supermodelo, Cloe, ao seu irmão, Sean, um famoso comediante, passando por Sophie, a típica adolescente que quer mudar o mundo, as peripécias acabam por ser recorrentes e todas tem por fim algum tipo de paixão e a eterna promessa de um final feliz que, para estes tantos, nunca esteve tão precariamente em risco.
Resumindo, Jack trai Cass e o mundo de cinco intervenientes (a família), e de todos aqueles que com estes se relacionam, vai ficar completamente de pernas para o ar.

Embora as gargalhadas não sejam tão recorrentes em Três é Demais, continua a prevalecer o bom humor em algumas personagens, como por exemplo em Cloe, bem como personalidades mais satirizadas, como a de Imogen, mas, no geral, penso que uma das mais-valias desta obra é o encontro do comum, daquilo que é familiar ao leitor, através dos traços que caracterizam estes intervenientes. Falo-vos de defeitos, feitios, qualidades e muita humanidade palpável ao longo de todo o texto que, para lá das páginas, apela facilmente à empatia.

Embora a traição seja o tema de destaque e que motiva quase todos os acontecimentos, outra das questões exploradas esta relacionada problemática que é ser-se famoso e, consequentemente, as múltiplas emoções fortes que ambos os temas desencadeiam, no entanto, esta leitura prima ainda pela credibilidade associada ao contexto da história e, ainda que esta não seja uma obra em que todos os finais são felizes é, certamente, um livro onde todos os finais são merecidos.

Em suma, este é um bom romance de entretenimento, sem que nada nos marque em particular mas que nos permite passar várias horas distraídos e a imaginar como agiríamos no papel daqueles que folheamos e, por tudo isto, recomendo-o a quem procura algo leve para descontrair.

Jill Mansell, como já referi diversas vezes, tem uma escrita corrente e simples, fluida e agradável, algo que se adapta facilmente a qualquer leitor, e à que alia imaginação e muita graça para criar enredos plausíveis.
As suas descrições são breves mas suficientemente pormenorizadas para que quem lê esteja integrado com o texto, sendo o seu maior trunfo a forma como cuida reproduzir sentimentos e emoções que conhecemos bem e que nos permitem criar uma ligação com qualquer uma das suas histórias. Quem não conhece uma Cass? Quem não conhece uma Imogen?
Não posso ainda deixar de citar que esta é uma autora que ironiza o melhor e o pior de cada um, com um toque de glamour, que nos deixa ansiosos por voltar a ler as suas letras.

Quanto a mim, eu adoro Jill Mansell e isso já ficou mais do que evidente nas muitas opiniões que publiquei dos seus livros e embora este seja um romance desigual, relativamente aos seus antecedentes, a verdade é que gostei e que esta continua a ser para mim uma aposta assertiva.
Neste livro em particular, o que mais gostei foi dos dilemas associados a Jack, que prova o seu próprio veneno e que nos recorda que muitas vezes só sentimos falta de algo quando o perdemos, esta é, portanto, a mensagem que fica proeminente quando terminada a leitura.

Este livro é uma aposta Chá das Cinco, da chancela romântica do Grupo Saída de Emergência, pensada não só para o público feminino mas para todos aqueles que desejam descobrir um pouco mais sobre mais mulheres. Se gosta da escrita de Jill, de romances e que ler algo que também fará pensar um pouco, sobre actos, escolhas e atitudes, este é um livro que sugiro sem restrições.

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Título: Três é Demais
Autora: Jill Mansell
Género: Romance

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