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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
Viciada em literatura fantástica e romântica.
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sábado, 4 de agosto de 2012

Sinopse:
Sete meses passaram desde que todos os adultos desapareceram da ZRJ (abreviatura de Zona Reactiva Juvenil).
Tudo agora vai acontecer numa só noite.
Uma rapariga que tinha morrido circula agora entre os vivos. Zil e o Bando dos Humanos incendeiam Perdido Beach; entre o fumo e as chamas, Sam entrevê a silhueta da pessoa que mais teme: Drake.
Mas Drake morreu. Sam e Caine venceram-no, assim como à Sombra. Pelo menos assim pensavam.
Enquanto Perdido Beach arde, a batalha também está acesa: Astrid contra o conselho municipal; o Bando dos Humanos contra os mutantes; e Sam contra Drake, regressado do reino dos mortos e desejoso de acabar com aquilo que ele e Sam deixaram por concluir.
Entretanto, e à semelhança do próprio fogo, há boatos que alastram, espalhados pela Profetisa, Orsay, e pela sua companheira, Nerezza. Afirmam que a morte é um meio de fugir da ZRJ.
As condições são piores do que nunca, e os jovens estão desesperados por sair.
Mas estarão suficientemente desesperados para acreditarem que a morte os poderá libertar?

Mentiras é o tão aguardado terceiro volume da série Desaparecidos e o regresso à precária existência na ZRJ. Através de uma narrativa de interlúdio, são várias as respostas que os seguidores destes livros conseguiram ver esclarecidas, no entanto, e após terminado mais este capítulo, também muitas serão as novas questões deixadas em aberto neste universo alucinante e perigoso onde os adultos, como por magia, deixaram de existir.

Provando, uma vez mais, que o seu cenário desastroso pode sempre piorar, o autor move as suas personagens sem dó nem piedade, face a face com o risco extremo, em ruas onde o mal espreita em todo e qualquer lugar. A lucidez não passa de miragem para aqueles que têm a fome como melhor amiga e a sociedade não é mais do que uma memória esquecida.
Com base nas dificuldades anteriormente apresentadas, e longe de serem ultrapassadas – como uma anarquia levada ao limite ou a perda total da esperança – os nossos jovens, já conhecidos, começam agora a criar as suas próprias personalidades distorcidas, muito diferentes entre si, que contradizem tudo aquilo que o leitor possa conhecer.
O mal enraizasse, o medo aumenta, a loucura difunde-se e trás consigo ainda mais mortes para júbilo do terror que se espalha nas mentes de todos os que testemunham cada nascer do dia com a possibilidade de ser último, e o despertar de cada noite como apenas o início de um novo pesadelo

Para quem acompanha a série sabe que os protagonistas, os imensos e variados protagonistas, são meros peões neste jogo repleto de lacunas, no entanto, sabe também, que eles são o espelho, o único tangível, que nos permite observar as reacções destas crianças, adultas à força, que não se cansam de surpreender, página após página, para o bem e para o mal. Não existe uma personagem favorita, não existe uma personagem que não ludibrie as expectativas do leitor, porque aqui tudo pode acontecer e a sobrevivência é a única palavra de ordem independentemente de quantos tenham de morrer nesse processo.
Creio que o mais interessante, neste livro em particular, seja as alterações sofridas por todos aqueles que têm sido duramente testados de forma constante, assim como a esperança vã de alguns que se faz acompanhar de uma perversidade incomparável
Não existem regras, não existe nada. ZRJ é a personificação da pior de todas as angústias, do lado mais cruel da psique infanto-juvenil.

Michael Grant é um autor muito directo baseando a sua escrita em factos e colocando de lado todos os floreados, quer nas palavras, quer na transmissão de emoções.
Cru, o autor retirou toda a essência pueril das suas personagens, oferecendo ao leitor crianças que transbordam medo, medo esse, uma vez mais, passado para quem lê. Surpreende pelas muitas, e perceptíveis, lágrimas existentes por derramar, pela dor que nunca acaba e é expressa de forma tão fria que os seus intervenientes se tornam quase indignos de ser comparados à raça humana. 
No que respeita a questões relacionadas com cenários tudo aquilo que nos envolve é desolador, impulsionando o desespero total, e as suas descrições, embora simples, são suficientemente detalhadas para que, em conjunto com a própria imaginação do leitor, nenhum momento de acção seja perdido.
Dotado de uma grande criatividade, este autor criou uma catástrofe sem precedentes que fará as delícias dos amantes de ficção científica e fantasia levando-os a ter verdadeiras palpitações.

Este é um autor que não pára de surpreender-me desde o seu primeiro livro, Desaparecidos. Sou completamente fã desta história e, ao contrário do que muitas vezes acontece, o meu entusiasmo e curiosidade em relação à sua narrativa mantém-se. Desejo, fervorosamente, acreditar que algumas daquelas crianças vão vencer, vão sobreviver.
Por vezes, enquanto folheio, imagino o quanto o autor sofre, derrota após derrota, vendo-se forçado a fazer desaparecer algumas personagens e penso, para mim, que isso só torna a sua obra mais forte revelando que os verdadeiros heróis nem sempre são aqueles que imaginei. É muito bom.
Não é certamente um livro para todos os leitores mas, creio que, aqueles que olharem para lá do enredo e pensarem nesta história como a exploração de um lado muito especial da inocência, não conseguiram, como eu não consigo, ficar indiferentes.

Série Desaparecidos
Esta é uma brilhante aposta Planeta Manuscrito que eu tenho vindo a acompanhar com ávido interesse. De momento, desta série, encontram-se publicados os títulos Desaparecidos e Fome que eu sugiro aos leitores de ficção que não sejam facilmente impressionáveis.

Desaparecidos (Opinião.)
Fome (Opinião.)

Título: Mentiras
Autor: Michael Grant
Género: Fantasia. Ficção Científica
Editora: Planeta Manuscrito

2 comentários :

Carla disse...

Olá Elphaba
Apesar de um dos meus objectivos deste ano ser não comprar livros o que até agora consegui, estes vão ser o meu pecado ando à procura dos dois primeiros volumes não encontro em lado nenhum, gostei muito do que li do terceiro volume, daí querer adquirir os dois primeiros.
Não sei se me podes tirar a minha dúvida quantos volumes vai ter ao todo esta colecção.

É que por exemplo O Sangue fresco que eu gosto bastante, tenho os 3 primeiros volumes, cada livro é na ordem dos 16 euros se não for mais e já vai para o 11.º volume.

Beijinhos
Boas leituras;)

Elphaba disse...

Olá Carlinha :)
(Acertei, não acertei? Já não falamos há imenso tempo e sou péssima com nomes!)

Esta série tem, até agora, editados no estrangeiro 4 livros e o 5.º sai para o ano. Para já ainda não há informação se será, ou não, o último da série Gone. Mas não acredito sejam muitos mais.
Site do autor (podes encontrar as páginas dos autores que leio na coluna do lado direito que diz "Autores das Histórias"): http://themichaelgrant.com/gone/

Quando a Sangue Fresco... Bem são pelo menos 13 os títulos lançados lá fora, por cá 11 até agora, mas estou desactualizada.

Qualquer dúvida que eu possa esclarecer já sabes!

Beijinhos & Boas leitturas

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