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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
Viciada em literatura fantástica e romântica.
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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Sinopse:
Apesar do milagre da medicina que fez diminuir o tumor que a atacara há alguns anos, Hazel nunca tinha conhecido outra situação que não a de doente terminal, sendo o capítulo final da sua vida parte integrante do seu diagnóstico. Mas com a chegada repentina ao Grupo de Apoio dos Miúdos com Cancro de uma atraente reviravolta de seu nome Augustus Waters, a história de Hazel vê-se agora prestes a ser completamente rescrita.

Como se verifica em quase todas as nossas experiências terrenas, a perda é o sentimento que mais facilmente sublima o objecto, o corpo, a existência que é alvo de tal emoção e, que fique claro, não existe qualquer glória deixada pela certeza de um fim. No entanto é, definitivamente, puro e único o caminho que se escolhe percorrer rumo à inevitável finitude, rumo a uma dor que certamente abalará aquilo que nos rodeia e é essa capacidade, a capacidade de tatuar a alma daqueles a quem brindámos com uma parte de nós, a capacidade agridoce de lhes marcar com esmero a lembrança, o mais agradável dos coletes salva-vidas que mantêm à tona os sobreviventes, os protagonistas, enquanto assistem incapazes à passagem dos dias plenos, e já tão distantes, como as luzes que a alvorada rouba meigamente do céu.

A Culpa é das Estrelas fala-nos de uma verdade que, de dia para dia, está cada vez mais próxima de nós, cruelmente próxima, fala-nos de cancro. Descreve-nos a batalha emocional, os estigmas e os medos que acompanham o trilho para o último sopro. Expõe-nos a dor, a esperança e a descrença previsível no futuro, ou na ausência deste. E faz-nos reflectir, principalmente, sobre como o coração humano, com ou sem doença, bate, bate, bate intensamente com a vontade de vivenciar todas as coisas, de todas as formas, mesmo lhe sejam impostas todas as limitações.

As suas personagens principais, Hazel Grace e Augustus Waters, são nada menos do que brilhantes. Os seus diálogos, as suas percepções, a sua coragem e a sua intensa vontade de alcançar um outro patamar no seu restrito universo são uma motivação, um astro, uma lição de vida tão intensa para qualquer leitor que é inexplicável por palavras.
Aqueles que os acompanham, família, amigos e aspirações, são totalmente sugados para o seu mundo e, de certa forma, são também o reflexo dos seus erros, dos sentimentos contraditórios e do outro lado do drama que implica a palavra terminal. Porque, convenhamos, é impossível não sofrer, não sofrer por nós e pelos outros. É impossível não padecer a nível físico e, principalmente, a nível psicológico pois com a passagem do tempo a mente vai quebrando e ressuscitando, instável como as ondas de um mar levante sempre à espera da maré-vazia.

Mas esta história, a história de uma Hazel Grace e de um Augustus Waters, é muito mais do que uma história sobre doentes terminais, é muito mais do que uma história sobre personagens ficcionais. Não, esta história é sobre o poder do homem em todo o seu esplendor a retractar paixão e as suas relações e, é também, sobre a força das ambições, do tão contraditório livre arbítrio, quando o nosso relógio se move para perto da última badalada. Na verdade esta história ensina, relembrando conceitos de que muitas vezes nos esquecemos.

É um livro com muitas curiosidades - recordando factos históricos e rico a pormenores sobre os mais variados temas - que certamente vos irão fazer reflectir enquanto folhearem esta guerra, de batalhas constantes, sem heróis, sem fantasia, apenas com jovens bravos que conquistaram corações e uma jovem e linda donzela que voz sangrará, singularmente, a alma.

John Green é transcendente, magistral na sua arte.
A excelência como utiliza a sua escrita, para fazer colidir factos com a ficção, é maravilhosa e facilmente vos fascinará, deslumbrará, página após página tocada de humor, ironia, sarcasmo, tocada de uma natureza crua, dura e audaz enquanto levanta questões tremendamente susceptíveis.
Não há como não nos deixarmos absorver intimamente pelas suas palavras, não há como não crescer, por pouco que seja, enquanto a sua narrativa se desenvolve e, de alguma forma, vos amadurece, vos faz perceber que ainda têm tanto para aprender. Esta é, para mim, uma das mensagens latentes que este autor dignifica, de uma forma que muito poucos o conseguem e atenção, não o faz especificamente através das suas personagens, mas dos seus valores, dos seus preceitos que caíram no vosso esquecimento.
Creio que uma das maiores qualidades de Green é a sua assertividade. Pois raras são as suas frases que não se encontram impregnadas de significado, que não estão destinadas a tocar-vos intimamente num recando escondido e profundo da vossa humanidade e sei, com toda a certeza, que qualquer um de vós o sentirá.

Para mim é, foi, tão difícil falar-vos de A Culpa é das Estrelas.
Sinto uma necessidade imensa de vos transmitir uma grande parte dos meus sentimentos, e estou impotente, não consigo. Não consigo expressar-vos o quão impressionada, comovida, sensibilizada fiquei em muitos dos momentos que presenciei e, acreditem em mim, por muitas palavras que eu vos possa expor sobre este livro vou estar sempre ingratamente distante do dom, da competência extraordinária, do admirável John Green que é, sem dúvida, um dos melhores autores de ficção que eu li.

«Parecia que se passara uma eternidade, como se tivéssemos tido um breve mas ainda assim infinito para sempre. Algumas infinidades são maiores do que outras.» - (Pensamentos de Hazel Grace, página 190.)

Uma extraordinária aposta ASA, da colecção Livros com Sentido, que uma vez mais superou tudo o que eu poderia imaginar quando resolvi iniciar uma história. Sugiro a todos os leitores e aos não leitores. Simplesmente leiam.



À Procura de Alaska (Opinião)

Título: A Culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Género: Romance
Editora: ASA – Livros com Sentido

4 comentários :

Rita disse...

Olá Elphaba. :)

Confesso que não conhecia esta obra até ter visto que a tinhas terminado e que tinhas gostado muito. Fiquei muito curiosa, parece-me mesmo ser do género de livros que tanto gosto, irá certamente para a minha wishlist.

Beijinhos e boas leituras*

Anónimo disse...

Já está na wishlist!! E o "À Procura de Alaska" que estava nas estantes já está na minha mesa de cabeceira para o começar a ler a semana que vem :D

Bjs*

Maria disse...

Meu Deus, fiquei sem palavras ao ler esta tua opinião. Desde que este livro foi lançando em Inglês que o quero ler, mas tantas outras coisas se meterem no caminho, que acabei por decidir esperar por uma possível tradução para Português.
Se já andava ansiosa para o ler, agora com a tua opinião é que vou ter mesmo de o comprar o quanto antes.
Parece-me que é daqueles livros de leitura tocante, marcante e obrigatória. (:

Elphaba disse...

Olá meninas *.*
Rita este é um bom livro até mesmo para quem não aprecia o género porque, apesar de haver um tema central, o autor passa mensagens fundamentais para qualquer um. Eu podia ter exposto dezenas de citações, acredita, apenas não o fiz porque sabia que muitas delas já tinham sido (ou iriam ser) citadas nas redes sociais :)

Crazy, minha amiga leitora, como é possível teres "À Procura de Alaska" na estante e ainda não teres lido? Esta é uma questão que se deveria tornar motivo de reflexão para a humanidade :D "A Culpa é das Estrelas" é melhor, mas o que aí tens já é melhor do que muitos muito bons. Confia em mim, vais gostar ;)

Maria, palavras como as tuas fazem de mim uma blogueira melhor. Sabes, tive mesmo muitas dificuldades em escrever sobre este livro porque tinha 1001 ideias que não conseguia transpor de forma agradável para um texto. Acho que consegui algo e, confesso-te, não fiquei totalmente satisfeita. Poderia ter feito muito melhor. Isto porque este é, sem dúvida, um dos melhores livros que li este ano e não merecia nada menos que o melhor de mim... Sim, é uma leitura obrigatória.

Para todas, obrigado pelos vossos comentários, espero que todas tenham a oportunidade que eu tive de folhear estas páginas e emocionar-me com elas.
Sinto-me, quase, uma pessoa melhor, com ideias melhores depois de ter lido esta história. Faz-nos, definitivamente, querer aproveitar mais a nossa vida e querer dar o melhor de nós a quem nos rodeia. (Estou quase a chorar, sou uma piegas! Mas depois de lerem vão ver :P)

Beijinhos a todas e boas leituras.
Ps. Bom fim-de-semana.

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