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A Elphaba...

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terça-feira, 21 de junho de 2016

Sinopse: 
Numa floresta da Dinamarca, um guarda-florestal encontra o corpo de uma mulher. Marcada por uma cicatriz no rosto, a sua identificação deveria ser fácil, mas ninguém comunicou o seu desaparecimento e não existem registos acerca desta mulher. 
Passaram-se quatro dias e a agente da polícia Louise Rick, chefe do Departamento de Pessoas Desaparecidas, continua sem qualquer pista. É então que decide publicar uma fotografia da misteriosa mulher. Os resultados não tardam. Agnete Eskildsen telefona para Louise afirmando reconhecer a mulher da fotografia, identificando-a como sendo Lisemette, uma das «raparigas esquecidas» de Eliselund, antiga instituição estatal para doentes mentais onde trabalhara anos antes. 
Mas, quando Louise consulta os arquivos de Eliselund, descobre segredos terríveis, e a investigação ganha contornos perturbadores à medida que novos crimes são cometidos na mesma floresta.

Existem poucos factores que incentivem tanto uma leitura como exemplar de avanço, aquele tipo de surpresa que faz um blogger sorrir e sentir-se desejoso por começar a ler em primeira mão uma história. Por isso sim, a Topseller voltou a acertar em cheio com As Raparigas Esquecidas e a conseguir deixar-me com uma vontade imensa de folhear uma história que foge à minha zona de conforto, voltou a fazer-me recomendar um livro que, de outra forma, provavelmente não captaria a minha atenção. 

Um corpo não identificado, uma protagonista cuja vida procura recuperar sentido e um núcleo de personagens bastante reais que, paralelamente ao mistério inicial, dão corpo à narrativa, são as bases de uma história que cativará os fãs de thrillers que não resistem a um puzzle complexo e a uma investigação bem construída. 
Com o decorrer da acção, os segredos vão-se adensando não só em relação ao caso que a policia tem em mãos, como também relativamente aos dramas mais íntimos dos seus intervenientes, cujos mistérios se entrelaçam com a investigação tornando tudo mais interessante. Efectivamente, um livro que prende por vários motivos e que nos deixa a vontade de continuar seguir os trajectos das figuras ficcionais. 

Apesar de este ser o primeiro livro da trilogia Missing Persons, é o sétimo da série a que a protagonista dá o nome, Louise Rick, e, desta feita, são vários os momentos em que acreditei que deveria conhecer esta mulher um pouco melhor do que o presentemente apresentando. Ainda assim, ficam claros os seus dilemas psicológicos, as suas dificuldades emocionais quer com a família quer com os seus pares e, não raras vezes, na forma como conduz a sua investigação. De qualquer forma, gostei da coragem, persistência, que revelou perante as dificuldades e todos os seus desabafos emocionais foram mais do que suficientes para que quisesse saber tudo sobre si. 
Quanto aos intervenientes secundários, gostei do parceiro que tem os seus próprios monstros e que desejei conhecer melhor, assim como do filho e da melhor amiga, ambos com a capacidade de aligeirar o clima tenso que se fez sentir em torno do caso macabro em que se desenvolve a obra.  

Um dos aspectos que mais me atraiu neste policial foi o facto de a personagem principal trabalhar numa área diferente do habitual, um Departamento de Pessoas Desaparecidas, o que promove um trabalho de pesquisa imenso por parte dos que dele fazem parte, algo que me agradou bastante – sim, eles pegam menos em armas, mais em documentos e descobrem o que muitos preferem esconder. Depois, o facto de a sinopse aludir uma instituição de doentes mentais à moda antiga pôs automaticamente a minha mente a trabalhar; este é definitivamente o tipo de locais que me arrepia e fornece o cenário perfeito para alguns pesadelos. Além de tudo isto, as questões contemporâneas que vão sendo tratadas e que são, por sua vez, tão dissonantes do local onde se desenrola a acção, uma localidade quase deserta na Dinamarca, acabam por dar um certo charme a toda a história que nem sempre se foca apenas no crime que a anuncia.  

Somatizando, este foi um thriller bastante interessante que conseguiu captar a minha atenção por factores diversificados e se, por um lado, gostava de ter visto certos pormenores mais desenvolvidos, por outro, a verdade é que persiste a vontade de ler mais títulos de Sara Blædel, autora que espero continuar a ver publicada em terras lusas. 

Título: As Raparigas Esquecidas
Autora: Sara Blædel
Género: Thriller
Editora: Topseller



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