Pesquisar Histórias:

A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
Viciada em literatura fantástica e romântica.
Fascinada por outros mundos e uma eterna sonhadora, assim eu sou.

Aviso:
Este Blogue e todos os textos escritos podem conter Spoilers!

Contacto:

Blog Archive

Com tecnologia do Blogger.

O Que Escrevo...

Seguidores

Próximas Opiniões...

Acasos Felizes
Um Mar de Rosas
Euro Pesadelo: Quem Comeu a Classe Média?
Pivot Point
Kafka Para Sobrecarregados
Amores contados
Maligna
A Revolta
A Marca das Runas
Un mundo feliz
Filha da Magia
Frankenstein
As Cinquenta Sombras Livre

Blogues Com Histórias...

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Sinopse: 
Fisher e Ivy vivem uma relação idílica durante dezanove dias, durante a qual são inseparáveis. Os dois sentem intimamente que estão destinados a ficar ligados para sempre. E facto de saberem tão pouco sobre o outro é apenas um pormenor. Nos doze meses seguintes, período em que as suas vidas mudam radicalmente, Fisher e Ivy vão perceber que apaixonar-se é uma coisa, mas manter uma relação é outra completamente diferente.

Há historias que por muito que sejam ruminadas ou analisadas devem, na sua essência, ser experienciadas e esta, sem dúvida alguma, encontra-se na categoria dos afectos e da empatia que certamente despertará na maioria dos leitores. 

De narrativa simples, diálogos informais e introspecções profundas, Nós os Dois é um enredo que revela como a paixão dá lugar ao amor com uma naturalidade que, no seu cerne, não deixa de ser imprevisível e com mistérios apenas reservados aos sentidos. Este é um enredo bonito pela sua genuinidade e sustentado por um leque de personagens breve mas envolvente que transcende os protagonistas e nos permite debater, interiormente, os desígnios da vida e os conflitos do coração. 

Parecendo ter deixado as palavras florescer de um recanto muito íntimo de si, Andy Jones conta-nos como Fisher e Ivy sucumbiram rápida e ardentemente à febre dos apaixonados e como, inesperadamente, esta se transformou em algo que jamais poderiam ter imaginado em tão curto espaço de tempo. Assim, pela perspectiva do protagonista masculino, o leitor vai navegando na imensidão que é construir um amor, com as suas “penas”, barreiras e alegrias e os muitos apêndices que constituem o prazer de ser, de existir e repartir a vida da forma mais verossímil possível. 

Tal como na realidade a História se constrói pelos seus intervenientes, neste texto as suas personagens fundamentam todos os acontecimentos e temas narrados. Assim, sem querer correr riscos de fazer spoilers, permitam-me que fale deste romance tocante, mas sem excessivos floreados, através das suas personagens, cada uma com uma temática singular e que se funde em todas as outras.

Fisher e Ivy são o casal principal e é através deles que vamos conhecendo todos os outros. Enquanto par, são o reflexo de uma relação contemporânea adulta em que cada nota das suas vidas – trabalho família, amigos – parece ter alguma influência na melodia dos seus afectos. Não esperem uma evolução pessoal ou uma metamorfose das suas índoles como muitas vezes acontece numa obra, estes protagonistas vão antes tentar adaptar-se a algo que irá alterar drasticamente as suas rotinas e, a longo prazo, as suas vidas. Desgostos, pequenos momentos de felicidade, dúvidas e inseguranças nos quais o leitor se poderá rever serão o que os engrandece, nos defeitos e qualidades, nas tentações e emoções familiares que acompanham os vários estados de uma vida comum e em comum.

Gostei, muito mesmo, de conhecer o melhor amigo de Fisher e o seu par, El e Phil respectivamente. Eles são uma das abordagens mais dramáticas da narrativa e forma como lidam com os seus problemas fazem brotar, consecutivamente, dor e sorrisos no leitor. É impossível não nos sensibilizarmos com a questão com a qual estão a lidar, não imaginar o que faríamos quer no lugar de um ou de outro e não nos comovermos e revoltarmos com a fatalidade de tudo o que os rodeia. Acredito que sejam, no fundo, os mais fortes deste livro, aqueles que pela sátira e pela lágrima vos conquistarão até à última página. 

Por fim devo ainda citar Frank, o irmão de Ivy, ligeiramente irritante mas também ele tão humano nos seus dilemas e natural na forma de ser e de estar que o desculpabilizamos desde o primeiro momento. Os seus actos são o reflexo daquilo porque está a passar e só queremos que se concilie consigo e siga o seu caminho. Por oposição de temáticas, temos Suzi, a colega de trabalho de Fisher, cuja independência e vontade de vingar servem de pilar às suas atitudes que também não fui capaz de julgar. Foi agradável ver duas faces tão dissonantes de pessoas com corações emancipados, provando que cada um é como cada qual e tem a sua maneira muito própria de agir. 

Sumariamente, creio que esta é uma história que descreve profundamente vários tipos de relacionamentos e afinidades, a forma como estes se ramificam e entrelaçam, independentemente da intensidade ou do seu género. É uma boa história sobre o ser humano, despida de pudores e muito sincera nas emoções, sem necessidade de embelezamentos. Enfim, sei que não vos contei muito, mas não queria mesmo estragar-vos o prazer de folhear esta obra que me tocou e enterneceu muito, acreditem.

Uma excelente aposta Suma de Letras não só para os fãs de romances como para todos aqueles que gostam de um bom livro. Recomendo vivamente. 

Título: Nós os Dois
Autor: Andy Jones
Género: Romance
Editora: Suma de Letras


0 comentários :

Redes Sociais

WOOK - www.wook.pt