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A Elphaba...

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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Sinopse:
Visto de fora, o casamento de Julia e Michael parece ser perfeito. Ambos filhos de infâncias difíceis, vivem agora uma vida de sonho na sua casa luxuosa em Washington, DC. Julia é uma organizadora de eventos muito requisitada, e Michael acaba de vender a sua bem-sucedida empresa por 70 milhões de dólares. Mas, na verdade, ao longo dos anos Michael foi-se afastando de Julia, privilegiando o trabalho, e vivem ambos uma relação infeliz, apesar de funcional.
Um dia, inesperadamente, Michael tem uma paragem cardíaca. Quatro minutos e oito segundos depois, um desfibrilhador portátil reanima o seu coração. E no decorrer daqueles minutos perdidos, ele torna-se uma pessoa diferente. Agora, o dinheiro nada lhe diz, e Michael resolve desfazer-se de todo o património.
O mundo de Julia colapsa. Por um lado tem agora o vislumbre do homem que outrora amou mas que, ao longo dos anos, se foi tornando um estranho; por outro, feridas do passado tardam em sarar e deixam-na reticente quanto a esta mudança. Será possível voltar a acreditar numa vida simples e mais feliz?


Vida. Tão frágil e valiosa, senhora de tudo o que nos pertence, da justiça ao amor passando pelos seus antónimos. Vida. Dona de toda a importância e sentidos, dona de tudo o que lhe oferecemos e de que carecemos.

Eu já conhecia Sarah Pekkanen e tinha ficado encantada com a sua maior qualidade, uma sensibilidade palpável para falar de temas que fazem brilhar ou amargurar o que há em nós, com a sua capacidade de dissecar a humanidade e expor as suas lacunas com a mesma intensidade com que nos desperta para o que verdadeiramente tem valor.
Vida. É esta a temática principal desta história, a história de uma vida que começou pela segunda vez quando terminou, mudando de forma inesperada todas as vidas que a rodeavam.

Utilizando as recordações, a voz do passado, para dar corpo e esperança ao presente, Quando o Teu Coração Parou conta-nos uma linda história de amor destruída pela ambição.
Michael tornou-se milionário e, sem abandonar a sua esposa, ofereceu-lhe a solidão talhada a diamante. Julia, por sua vez, colocou de parte os sorrisos e devolveu-lhe o troco em sentimentos, trocando emoções por acções e aprendendo a usufruir de uma vida de luxo e exuberância.
Por capricho do destino, este par será confrontado com os seus medos e pecados mas, uma coisa é certa, para o bem e para o mal o tempo não retrocede e, tendencialmente, só nos apercebemos que se escoa entre os dedos quando já não há como voltar atrás.

É quase difícil gostar deste casal de protagonistas, com demasiados defeitos, com demasiada dificuldade em ver a realidade como ela e caracterizado, principalmente, pelo lado sombrio comum à índole de grande parte das pessoas.
Ele é obsessivo pelo trabalho, ambicioso, do tipo que não olha a meios para atingir fins, fazendo-nos duvidar se merece reconquistar o amor da sua mulher. E ela, acomodada à riqueza, distanciada do que ama, não deixa de nos levar a reflectir se as suas aflições e desconfianças não são a paga merecida pela dor que está a sentir. Mas descansem, eles têm qualidades, apenas se esqueceram das mesmas enquanto percorriam as suas vidas por caminhos que se distanciaram do que mais amavam.

Embora muito centrada nas suas personagens e nos seus percursos, esta narrativa aposta fortemente na reprodução de relações afectivas e esta é, para mim, uma das suas mais-valias. O casamento é, efectivamente, o contexto familiar mais explorado e, neste sentido, a autora aborda diversas problemáticas conjugais e questões domésticas pertinentes.
Igualmente, a amizade acaba por ter um papel de destaque fundamental através da personagem Isabelle que, de forma natural, introduz temas contemporâneos e que mais uma vez nos direccionam para relações afectivas.

Há, ainda, espaço para pormenores interessantes que dão um toque especial ao texto, é disso exemplo a relação de Julia com a ópera, que a protagonista associa a tudo um pouco na sua vida e, em particular, aos momentos mais marcantes. O vício do jogo é outra questão que torna o livro mais atractivo, alertando para os dilemas deste mal mundano e, também, o retrato da mulher moderna dos nossos dias, que trabalha e alcança a sua independência mas que, nem por isso, se torna desligada da necessidade apoio noutras áreas da sua vida.

Em suma, esta obra tem um teor relativamente dramático, há muitas lágrimas por parte das figuras de relevo, mas não deixa de ser uma história muito bela, na medida em que retém imensas lições que devemos guardar na memória, com a certeza de que são fundamentais para que não haja arrependimentos no futuro. Afinal de contas, nem todos temos direito a uma segunda oportunidade.

Sarah Pekkanen cumpriu as expectativas, a sua escrita simples continua a saber tocar pontos sensíveis do leitor, sem necessidade de lirismos, pelo contrário, revelando um lado muito cru do ser humano.
Gostei da forma como a autora enriqueceu os acontecimentos presentes com o passado, de forma bastante natural, que permitiu uma compreensão total dos significados finais e mantendo controladas as emoções do leitor, que poderia partir em defesa de determinados intervenientes erroneamente – há uma aquisição total de informações.

Da minha parte, gostei deste livro não só pela forma como faz as abordagens a determinados temas mas também pela forma como está muito bem construído. É o tipo de título que poderia ser banal, com um enredo que não tem nada de especial, mas que cativa porque a sua autora é talentosa e sabe chegar ao leitor, sem a necessidade de grande criatividade ou de marcas extraordinárias. Esta é uma autora a que continuarei atenta, não tenham dúvidas.

Esta é uma aposta Topseller muito bem-vinda para os fãs de romance, a quem eu recomendo se procurarem um bom livro de entretenimento mas com a dose certa de seriedade quando reflectirem sobre o texto.

Da mesma autora: 
Dias de Paixão (Opinião)

Título: Quando o Teu Coração Parou
Autora: Sarah Pekkanen
Género: Romance; Drama
Editora: Topseller



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