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A Elphaba...

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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Sinopse:
Ah, o Natal! Gemma Doyle está desejosa das férias fora da Academia Spence, de passar o tempo com as amigas na cidade, de ir a bailes elegantes e, numa nota sombria, de cuidar do pai doente.
Quando se prepara para entrar no Ano Novo de 1896, um jovem bonito, Lorde Denby, parece estar interessado em conquistar Gemma. No entanto, no meio das distrações de Londres, as visões de Gemma intensificam-se - visões de três raparigas vestidas de branco, a quem algo terrível aconteceu, algo que só os reinos podem explicar...
A atração é forte, e em pouco tempo, Gemma, Felicity e Ann estão a transformar flores em borboletas no mundo encantado dos reinos a que só Gemma pode levá-las. Para grande alegria delas, a sua querida Pippa também está lá, ansiosa por completar o círculo de amizade.
Mas nem tudo está bem nos reinos - ou fora dele. O misterioso Kartik reapareceu, dizendo a Gemma que ela deve encontrar o Templo e vincular a magia, ou algo terrível irá acontecer-lhe. Gemma está disposta a fazer-lhe a vontade, apesar dos perigos que isso acarreta, pois isso significa que irá encontrar-se com a maior amiga da sua mãe - e agora sua inimiga, Circe. Até Circe ser destruída, Gemma não pode viver o seu destino. Mas encontrar Circe revela-se uma tarefa muito perigosa.

Não vos minto, foi longa e difícil a espera pelo segundo título da trilogia Gemma Doyle mas, definitivamente, valeu a pena.
Aliando um delicioso retrato de época à fantasia, Libba Bray construiu uma narrativa que mescla sonhos e realidades cruas, o espírito de aventura e os receios intemporais, através de personagens que se alimentam de coragem, personagens que apesar da sua aparente meninice se viram forçadas a perder a sua inocência.

Com Uma Grandiosa e Terrível Beleza guardado num recanto da minha memória, a autora foi cuidadosa na forma como me recordou, nas primeiras páginas, as dificuldades e maravilhas que anteriormente sucederam na Academia Spence para raparigas.
Encantamento e lágrimas brotaram, outrora, naturalmente, de um reino mágico feito de desejos, um cenário perfeito para fugir às agruras do presente e que levou Gemma a descobrir um universo completamente novo sobre um seu passado. Um segredo que uniu quatro amigas improváveis e que acabou por se revelar mais procurado e perigoso do que as jovens maravilhadas algum dia ousariam imaginar.

Em Anjos Rebeldes, com uma noção sólida do seu legado e feridas abertas que aparentam jamais cicatrizar, Gemma apresenta um amadurecimento contínuo que é acompanhado pelas restantes personagens que se destacam neste enredo.
Gemma, Ann e Felicity partilham, agora, a dor de uma perda inigualável e a vontade de escapar para um local que transcende o nosso mundo, partilham o desejo de serem especiais e conseguirem, por meio da magia, superar traumas inconfessáveis. No entanto, sendo Gemma a protagonista, a que detém verdadeiramente poder, creio que é importante destacar a forma admirável como esta donzela age sozinha fora do colégio e como lida com os muitos mistérios e perigos – ainda piores que os seus pesadelos aterradores – que lhe são apresentados, conseguindo mostrar um louvável carácter generoso, benevolente até, que supera todas as suas restantes lacunas.

Quanto aos restantes intervenientes, que são muitos e relevantes, Ann e Felicity revelaram-se uma surpresa bastante positiva mais para o final do texto, principalmente após muitas páginas em que a inveja, a mesquinhez e as suas condutas foram efectivamente reprováveis. Já Kartik, o jovem Rakshana que faz palpitar o coração de Gemma, este não conseguiu conquistar-me e acabou por passar um pouco lado do seu verdadeiro potencial. Para lá dos citados, professores, familiares e caricaturas várias pontuam diversos momentos cruciais nestas páginas que, para além de trabalharem antigos e novos afectos, nos prendem totalmente aos enigmas e questões fantásticas abordadas.

Embora a narrativa se inicie num local familiar ao leitor, com a senhora Nightwing sempre atenta para o bem e para o mal, foi a sociedade londrina que me encantou, com todos os preceitos vitorianos bem descritos e os seus círculos de aparências a permitir que novas facetas se descubram a respeito de todos, sem excepções.

Igualmente atractivo é o cenário dos reinos, um local de deslumbramento para onde as jovens se transportem – o dito lugar onde os desejos se tornam realidade… e não só. Nesta obra, este mundo alternativo, já conhecido do livro antecedente, adquire novos contornos ampliando as suas possibilidades e revela-se povoado de criaturas tão magníficas quanto assustadoras, num ambiente que varia rapidamente do fascinante ao sombrio, com múltiplas surpresas macabras que farão as delícias dos fãs de fantasia até ao final.

As mesmas variantes ocorrem na vida das personagens que, apesar de conotações de humor quase infantis, poderão chocar através de confidências perturbadoras que tornam a demanda pela magia ainda mais interessante. Abuso de poder, mentiras, doenças e mesmo as mais sensíveis temáticas apoderam-se constantemente deste enredo, balançando as auto-estimas e as vontades destas amigas aprisionadas entre dois universos tão belos quanto cruéis.

Em suma, este livro mostra-nos essencialmente o despertar das protagonistas depois de um início deslumbrante, bem como novos desenvolvimentos sobre a herança de Gemma, numa luta contra o tempo pelo uso correcto dos seus poderes. É um livro em que várias facções, Rakshana e Ordem, jogam com a inocência retorcida de quem o leitor mais estima, enquanto esta ganha força para um desenlace que se adivinha em grande.

Uma última nota para Libba Bray e a sua escrita, que flui naturalmente, primorosa nas descrições e apelativa nos diálogos, que cuida todos os pormenores e transparece na totalidade a sua grande imaginação.

Eu pessoalmente gostei muito desta história e fiquei ansiosa pelo final, já publicado no original com o título The Sweet Far Thing. Para quem gosta de narrativas de época e fantasia este livro é mais do que perfeito e sugiro-o sem excepções, pois tenho a certeza que superará expectativas pelas suas singularidades e capacidade de encantar quando o leitor menos esperar.

Esta é uma aposta muito aguardada da colecção 1001 Mundos, ASA, que assenta na perfeição no seu catálogo de realidades alternativas.

Um Grandiosa e Terrível Beleza (Opinião)



Título: Anjos Rebeldes
Autora: Libba Bray
Género: Romance de época; Fantasia

Editora: ASA – 1001 Mundos

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