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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
Viciada em literatura fantástica e romântica.
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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sinopse:
Rodeada por inimigos, a outrora grande nação de Ravka foi dividida em duas pelo Sulco de Sombra, uma faixa de escuridão quase impenetrável cheia de monstros que se alimentam de carne humana. Agora, o seu destino pode depender de uma só refugiada.
Alina Starkov nunca foi boa em nada. Órfã de guerra, tem uma única certeza: o apoio do seu melhor amigo, Maly, e a sua inconveniente paixão por ele. Cartógrafa do regimento militar, numa das expedições que tem de fazer ao Sulco de Sombra, Alina vê Maly ser atacado pelos monstros volcra e ficar brutalmente ferido. O seu instinto leva-a a protegê-lo , e ela revela um poder adormecido que lhe salva a vida, um poder que poderia ser a chave para libertar o seu país devastado pela guerra.
Arrancada de tudo aquilo que conhece, Alina é levada para a corte real para ser treinada como um membro dos Grishas, a elite mágica liderada pelo misterioso Darkling. Com o extraordinário poder de Alina no seu arsenal, ele acredita que poderá finalmente destruir o Sulco de Sombra.
No entanto, nada naquele mundo pródigo é o que parece. Com a escuridão a aproximar-se e todo um reino dependente da sua energia indomável, Alina terá de enfrentar os segredos dos Grisha... e os segredos do seu coração.

É por histórias como a de Luz e Sombra que, para lá de leitora, eu sou uma adoradora de fantasia. São histórias que me envolvem plenamente no surreal, me fazem sonhar de olhos abertos com o que não existe e me levam a idealizar como seria viver num mundo assim. São histórias que terminam demasiado depressa, que deixam saudade e sobre as quais não paro de pensar a até alcançar tudo o que posso sobre as mesmas.

Leigh Bardugo é dotada de uma criatividade extraordinária e as suas fontes de inspiração são o primeiro ponto positivo que nos prende ao universo de Ravka, um universo extremista, precariamente suspenso entre o luxo exuberante e a miséria, entre o maravilhoso e a fragilidade humana, entre a cor e a ausência total de vida.

Não me vou alargar a escrever sobre enredo pois a sinopse da 1001 Mundos está excelente, completa, muito melhor do que eu me conseguiria expressar, deixando claro que pode detrás da simplicidade – jovem pobre e apaixonada que se transforma em heroína – existe um mundo de magia que esconde tanto quanto revela, fascinando permanentemente com nova informação e pela intensidade dos acontecimentos. No entanto, apesar do reduzido número de páginas – 300, um crime! –, há muitos pontos-chave que fazem este pequeno livro imenso, e é a estes que me quero dedicar.

As personagens do texto não poderiam ser mais atraentes, com personalidades diversificadas, atitudes ambíguas e plenas na expressão de emoções fortes e comuns, mas antes de me debruçar sobre os intervenientes, principais e secundários, creio que é importante falar-vos um pouco dos maravilhosos Grishas. Seres dotados de poderes incomuns, que variam de indivíduo para indivíduo, eles são considerados Mestres da Ciência Menor e o Segundo Exército do Rei de Ravka. Estão divididos por ordens – que compreenderam melhor através do esquema apresentado no livro – e hierarquicamente, dependendo do seu poder que lhes permite comandar a vida de terceiros, os elementos ou os materiais. Apesar de serem a elite, e por sinal uns snobes, adorei-os em todos os sentidos. Da arrogância à excentricidade, da beleza ao engenho, fui atraída pelos suas criações arrepiantes e, ao mesmo tempo, admiráveis, envolvidas naquela aura de poder e de cor que vai de encontro ao que mais gosto de ler em fantasia.

Agora que já conhecem os Grishas é mais fácil falar-vos das personagens. Como protagonistas, bastante distintos, temos Alina, Mal e Darkling, sendo que os dois homens pertencem a mundos opostos e têm em comum o coração da jovem Alina que, por descobrir tardiamente o seu poder, estará dividida entre os Grishas e o povo, que sempre conheceu.
A protagonista destaca-se principalmente pela sua forma de sentir, por ser os olhos do leitor para o universo de magia e por tudo o que mais tarde acaba por representar enquanto Invocadora do Sol. Pouco consciente das suas qualidades e colocando-se à margem devido à falta de auto-estima inicial, é interessante vê-la despertar, florescer e dar asas à irreverência que sempre possuiu, algo que se reflecte na forma como estabelece afinidades dando um toque de humor ao enredo.
Já no que respeita aos “príncipes”, gostei de Mal na medida em que gosto da sua coragem e bondade, sentido de honra e, mais tarde, sentimentos, mas foi o Darkling que realmente me fascinou enquanto Mestre das Sombras. Poderoso, cru e bastante ardiloso, ele é, se assim o quiserem entender, um verdadeiro vilão, um vilão irresistível. 
Juntos formam uma espécie de triângulo amoroso sem o ser, porque na realidade embora exista uma atracção entre a luz e a sombra, ela é dúbia, assim como podem ser os afectos do passado.

Quanto a personagens secundárias, a que mais me marcou foi Genya, na tentativa de visualizar a sua beleza e a sua forma de estar enquanto Grisha e ao mesmo tempo, empregada. Ela acaba por ser um pilar e uma grande amiga de Alina quando é levada para o Palácio Menor e permite que o leitor compreenda como funciona a corte do Rei. Ao contrário do que se possa esperar, quem reina são os humanos o que, como acabaram por compreender, é fundamental no desenvolvimento da história. Quem também me surpreendeu foi Baghra, a típica personagem que associo a uma velha bruxa, rezingona, mandona e sabichona, com a qual crio irremediavelmente uma ligação.

Quanto a pormenores, gostei muito das particularidades relacionadas com o Não-Mar e os monstros volcras, que habitam esse local da escuridão, assim como o contrastante ambiente dos Palácio, Menor e Maior. A ostentação e as cenas que se desenvolvem, com ou sem magia, nos locais luxuosos são hipnotizantes e é interessante o trabalho da autora para criar uma ligação ao Imperialismo Russo, através do vestuário, da alimentação e do ambiente vivido em Os Alta (a capital do Ravka).

Para terminar, e absolutamente fundamental, não posso deixar de citar dicotomia presente no título do livro, Luz e Sombra. Este conceito está presente em toda a obra, na sociedade, nas personagens, no ambiente e até mesmo na forma como se desenvolve a acção, com vivências de altos e baixos dos intervenientes.


Resumindo, para quem gosta de fantasia este livro é um pequeno paraíso destinado a um público próximo da idade adulta, para uma maior compreensão da psique dos intervenientes, assim como devido a cenas de maior violência. Sem dúvida, uma narrativa que prende pela beleza que passa para lá das páginas e pela ausência da mesma que se faz igualmente sentir.

Leigh Bardugo está de parabéns. A autora poderia ter complicado e ter-se perdido em extensas descrições, mas simplificou e dedicou-se à acção e a diálogos plenos de tensão. A sua criatividade é digna de nota, não só pelos Grishas mas também pelas próprias personagens e os momentos chave que vão surgindo ao longo do texto.

Da minha parte, penso que já ficou claro o quando gostei do livro. Vou ler, muito em breve, as duas short-stories associadas à série The Witch of Duva e The Tailor, pois quero saber mais sobre este mundo até à publicação do próximo volume. Entretanto, também adorei o site da autora, que vos convido a visitar (aqui), que está muito completo e permite uma interiorização do seu mundo excelente.

Esta foi a última aposta da 1001 Mundos, ASA, que fechou o ano 2013 da melhor forma possível. Espero muito ver esta chancela alcançar um público coeso pois não é de hoje que as suas publicações surpreendem no universo fantástico de forma muito positiva. Recomendo.


Título: Luz e Sombra
Autora: Leigh Bardugo
Género: Fantasia
Editora: 1001 Mundos, ASA



3 comentários :

Cristina disse...

Estou a ler este livro e estou fascinada, não consigo deixa-lo!
Que mundo imaginário fantástico que a autora criou.

Cristina disse...

Olá Elphaba,
Já li.
Ó minha santíssima, o que dizer?
Divinal, fantástico, maravilhoso, que viagem alucinante!
Leigh Bardugo está de Parabéns. :D
O meu coração vadio bate pelo Darkling, sei o que ele é e o que fez mas minha nossa é impossível não resistir-lhe.
Peço à editora ASA que traduza num ápice a sequela ou não vou aguentar e comprar na versão original.

Elphaba disse...

Olá Cris :)
O livro é de facto maravilhoso... confesso-te que também gosto muito do Darkling, mais do que devia, ele é irresistível!
Olha para que o livro seja publicado depressa temos que divulgar muito, bem sabes, pois quanto mais vender o primeiro mas depressa publicam o segundo. E eu quero tanto! Aliás, acho que todos os que lhe deram uma oportunidade o desejam para ontem :)

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