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A Elphaba...

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domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sinopse: 
É uma noite igual às outras a bordo da Ícaro, os passageiros divertem-se. Tarver convida Lilac para ver as estrelas.   
Então, a catástrofe abate-se sobre a enorme nave de luxo: de súbito é puxada para fora do hiperespaço e despenha-se no planeta mais próximo. Lilac Laroux e Tarver Merendsen sobrevivem. E estão sozinhos.  
Lilac é a filha do homem mais rico do universo. Tarver é de origens humildes, um jovem herói de guerra que aprendeu há muito tempo que as jovens como Lilac só dão grandes problemas.  
Mas sozinhos têm de confiar um no outro e trabalhar juntos, encetando uma jornada tortuosa pelo misterioso e lúgubre planeta para procurar ajuda.   
Enquanto lutam para salvar as vidas no meio do enigmático planeta descobrem que, apesar das diferenças, as estrelas começam a iluminar os seus corações com a luz do amor. 

No dia que comercialmente aparenta ser o mais romântico do ano não resisto a voltar às opiniões com aquela que, certamente, foi uma das histórias de amor mais bonitas que li nos últimos tempos. 
Quando as Estrelas Caem é, como promete, uma narrativa que brilha nas suas singularidades e na sua fonte de inspiração, uma narrativa que se constrói com base nas duas existências que lhe dão vida e que, desde o primeiro olhar, contra todas as probabilidades, só podem estar destinadas a ficar juntas para sempre. 

Tendo como pilar a intemporal tragédia do Titanic, Lilac e Tarver conhecem-se a bordo da gigante Ícaro, uma nave espacial cruzeiro que leva os seus passageiros através do hiperespaço tridimensional numa viagem que promete ser de sonho. No entanto, as diferenças sociais entre ambos depressa destroem a ilusão que as estrelas pareciam criar em torno destes jovens que, dramaticamente, terão de unir-se no momento em que salvar as suas vidas passa a ser a única prioridade. 
Isolados, num planeta desconhecido e sem saber como contactar a civilização, este enredo leva-nos a conhecer profundamente este casal receoso que, enquanto combate a atracção entre si, vai explorando os limites da própria sobrevivência e aprendendo a lidar com o outro lado de uma realidade de que foi ensinado a afastar-se. 

Previsivelmente, no que respeita a personagens, está presente o cliché obrigatório de uma obra que se anuncia como “o Titanic distópico” – menina rica e rapaz pobre –, ainda assim, a forma como posteriormente ao desastre épico os intervenientes se desenvolvem é, na minha opinião, bastante mais agradável que o trágico romance cinematográfico. 
Lilac Laroux, a Menina Laroux, tem um início irritante pela sua postura formatada, mimada e demasiado inocente, mas a sua quebra, choque, face a situação em que se encontra está bem construída e permite que esta se revele de forma bastante atractiva, cativando pelo seu espírito temerário. Tarver Merendsen, herói de guerra e com alguns traumas relacionados com afectos, é o tipo de protagonista por quem a empatia é imediata desde o primeiro momento da trama, algo que se prolonga enquanto este se desafia, não apenas junto desta jovem difícil, mas também num ambiente mais hostil do que poderia imaginar e com situações que ultrapassarão a realidade. 
Em suma, a relação de ambos vai evoluindo e o romance é um dado adquirido, mas os seus contornos e amadurecimento são verdadeiramente bonitos e conseguiram conquistar-me. 

Embora esta seja uma história muito centrada nos seus protagonistas e no romance entre eles, vocês sabem que eu aprecio um enredo rico em pormenores e a construção de cenários peculiares, o que nesta obra me surpreendeu positivamente. 
Apesar de o livro começar numa nave-espacial, o que desde logo faz os meus olhos brilhar, é no planeta desconhecido onde Lilac e Tarver aterram de emergência que tudo se adensa e esse planeta, misterioso, tem qualquer coisa de entusiasmante. É como se tivesse vida própria, como se tudo o que o aproxima de algo habitável fosse posto em causa por uma faceta selvagem e irracional que, mais tarde, contribui sumariamente para as reviravoltas e enigmas que vão surgindo na jornada destes jovens – creio que as autoras fizeram um excelente trabalho de suspense nesta área. 

Igualmente, ainda que Titanic não me diga muito, consigo compreender a mística em torno do seu desastre e, também aqui, existiu o cuidado de criar um ambiente permanente quase fantasmagórico (pós-desastre). com a Ícaro, com a consciência e impacto da catástrofe em torno de si a permanecerem até ao final – mesmo quando o texto se afasta do acontecimento e se encaminhar para algo maior. Depois, as implicações de tudo isto na relação dos intervenientes e na sua sanidade é algo que me fascinou ( não posso dizer-vos muito por causa de spoilers), mas creiam que a loucura e desespero andam de mãos dadas com as emoções à flor-da-pele que o par irá sentir  o que, para lá de inesperado, foi algo a que gostei verdadeiramente de assistir e que me prendeu até à última página. 

Para lá de tudo o que citei, esperem também algum surrealismo, quase extraordinário mas transformado em ficção científica, assim como uma boa apresentação da história, com as autoras Amie Kaufman e Megan Spooner a intercalar os capítulos na visão de ambos os protagonistas e a fazer introduções capitulares pertinentes e curiosas que nos levam a desejar ler sempre um pouco mais – se tivesse tempo, tinha lido este livro em dois dias, aliás, eu li-o praticamente nesse tempo e deixei apenas as últimas páginas para ontem para escrever esta opinião. Boas descrições em geral, um bom desenvolvimento psicológico dos intervenientes e uma componente misteriosa que permite entretenimento de alto nível são, desta feita, pontos fortes de um livro que não deve ser avaliado pela sua capa e que, quase que aposto, conquistará a maioria dos que experimentarem as suas páginas. 

Se gostei? Muito mesmo! Uma aposta Planeta Manuscrito que me marcou de alguma forma e que não me canso de recomendar a quem gosta de romances e ficção científica, pois consegue aliar o melhor dos dois géneros e, ainda, chegar a um publico mais diversificado. 

Título: Quando as Estrelas Caem
Autoras: Amie Kaufman & Megan Spooner
Género: Ficção Científica
Editora: Planeta Manuscrito




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