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A Elphaba...

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sexta-feira, 6 de março de 2015

Sinopse:
É difícil resistir a Lord Rannulf Bedwyn. Para Judith Law, ele é um sonho tornado realidade. É com este belo desconhecido que a jovem decide passar a única noite de paixão da sua vida. Na manhã seguinte, ela submete-se resignadamente ao deprimente papel de dama de companhia de uma tia rica. Judith nunca pensou voltar a ver o homem a quem se entregou de forma tão arrebatada... e imprópria, muito menos encontrá-lo sob o mesmo teto e a cortejar a sua prima. Só que as aparências iludem. Rannulf não esqueceu a noite que passaram juntos. E Judith luta consigo mesma e com essa memória, à qual não pode ceder sob pena de perder a proteção da tia, o seu único sustento após a ruína da família. Quando um escândalo ameaça destruir a sua já frágil existência, Rannulf não hesita em recorrer ao poder e influência dos Bedwyn para a salvar. Os sentimentos de ambos estão ao rubro. Mas qual o futuro de uma relação que começou com uma paixão despudorada e culminou em humilde gratidão? Poderá o verdadeiro amor nascer de algo ligeiramente perverso?

Embora eu seja uma incontornável fã de romances e as histórias de época tenham o dom de me encantar, confesso-vos que Mary Balogh foi uma das autoras que experimentei sem expectativa e a surpresa não poderia ser mais positiva. Apenas com o volume de estreia da série Bedwyn esta tornou-se, incontestavelmente, uma das minhas eleitas e este segundo livro veio, de forma efectiva, cimentar o enorme prazer que retiro dos seus enredos e da sua escrita.  

Uma donzela inocente transformada numa aventureira e um cavalheiro tão libertino quanto preocupado e enlevado pela paixão, são os primeiros e principais ingredientes Ligeiramente Perverso, uma narrativa que promete todas as curvas e contracurvas de uma bonita história de amor, enquanto com esmero são tratadas questões sensíveis e a sensibilidade passa tanto pelo tacto como pela ausência de afecto entre familiares e uma entidade contida que mudará o futuro quando se rebelar.  

Para ela o destino estava traçado, sem dinheiro e sem título que lhe garantissem os seus sonhos. Para ele o fado era o que desejasse, desde que atendesse à única que lhe tocava ternamente o coração. Para ambos era previsível o caminho a seguir, mas quis o acaso que se encontrassem, que se amassem sem promessas, e que voltassem a tocar na mais improvável das situações.
Agora, Lord Rannulf Bedwyn sente-se pela primeira vez tão ludibriado quanto enredado por uma mulher e Judith Law, abandonada à sua sorte, tão grata quanto humilhada, entre os tantos que a desprezam e a fazem sentir em divida permanente pela sua própria existência.

Adorei todas as personagens desta história, dos vilões aos heróis, todos se conjugam num puzzle maravilhoso que revelou surpresa atrás de surpresa para meu deleite e entretenimento.
Judith e Rannulf são, sem sombra de dúvida, um casal delicioso em todas as suas metamorfoses, independente da posição que assumem e da forma como se entregam, afoita e sem reservas, ao momento e as condições a que estão sujeitos. Juntos, não são só exemplo de amor e paixão, mas algo mais interessante e intenso que me prendeu em todos os instantes, ousados ou não.

O leque de intervenientes secundários superou, consideravelmente, as minhas expectativas. Rever a família Bedwyn, e as singularidades que caracterizam cada um dos seus elementos, foi um prazer e conhecer a matriarca, a avó de Rannulf, que nos faz desconfiar de onde vem toda a bondade e afecto daquela família que só ama uma vez, para sempre, foi ainda melhor.
Relativamente à família de Judith o caso muda de figura, mas o facto de eu sentir tantas vezes vontade de apertar o pescoço aos seus primos e aos seus tios, quanto a de abraçar a sua querida avó, diz certamente bastante sobre as emoções que estes foram capazes de despertar em mim.


Outro dos atractivos deste livro são as temáticas pertinentes tratadas, que com a leveza natural associada a este tipo de narrativa permite antever as várias dificuldades e lacunas da sociedade de época. Em destaque encontra-se a condição de pobreza de Judith, causada por um familiar do sexo masculino em prejuízo das mulheres da sua família e, consequentemente, os muitos problemas que o género levantava nestes tempos.
Existe ainda abordagem a estereótipos variados, como o desprezo por algumas artes, e preconceitos associados à beleza, entre outros.

Com a luxuria a espreitar como um véu transparente, entre um discurso visualmente aprazível, Mary Balogh esmerou-se uma vez mais na escrita e abrilhantou o seu texto recordando problemáticas intemporais como afectos e ganâncias, represálias e generosidade, através de páginas que se lêem sofregamente, pelo desejo permanente de descobrir o desfecho de cada um dos pares nelas representados. Estou, evidentemente, ansiosa por pegar na continuação já publicada, com o título Ligeiramente Escandalosa.

Esta é uma aposta da ASA que me conquistou por completo e que recomendo, sem restrições, aos adeptos deste género que enternece o mais empedernido dos corações.

Livro anterior:
Ligeiramente CasadosOpinião

Título: Ligeiramente Perverso
Autora: Mary Balogh
Género: Romance de Época; Sensual
Editora: ASA


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