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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Sinopse:
Thomas atravessou o Labirinto; sobreviveu à Terra Queimada. A CRUEL roubou-lhe a vida, as memórias, e até mesmo os amigos. Mas agora as Experiências acabaram, e a CRUEL planeia devolver as memórias aos sobreviventes e completar assim a cura para o Fulgor. Só que Thomas recuperou ao longo do tempo muito mais memórias do que os membros da CRUEL julgam, o suficiente para saber que não pode confiar numa única palavra do que dizem. Conseguirá ele sobreviver à cura?

Depois de um segundo título, Maze Runner – Provas de Fogo, impróprio para cardíacos, esta vossa leitora confessa que estava verdadeiramente curiosa para saber o destino de todos os que outrora partilharam a Clareira e que até agora permaneciam subjugados pela CRUEL.
Desta feita, James Dashner preparou um último capítulo para a sua história que prima por muita acção e aventura, num universo futuro em que a loucura é uma doença que leva, literalmente, a humanidade à destruição, um universo onde as personagens evoluem mais que nunca, onde a incerteza é predominante e o perigo se encontra, uma vez mais, ao virar de cada página.

Maze Runner – A Cura Mortal começa onde o seu antecedente havia terminado, com o enredo em suspense absoluto que se abre, agora, para um novo e refrescante cenário repleto de possibilidades.
Caracterizada pelo seu quebra-cabeças imprevisível, esta narrativa abraça uma vez mais as dúvidas Thomas, que coloca em questão o desejo de conhecer um passado que receia, de lhe ver devolvida a memória. É nesta linha que somos conduzidos, com todos os sobreviventes à mercê da CRUEL, nas instalações da mesma, e com uma possível falsa esperança de que estão a um passo da liberdade.
Fugir, lutar e sobreviver são, assim, os primeiros passos desta história que rompeu desde cedo a inocência dos seus intervenientes, indivíduos que para além de capacidades físicas têm de se fazer valer por uma astucia interminável.

Já poucos restam daqueles que o leitor ficou a conhecer quando tudo eventualmente começou e o segundo livro foi, inegavelmente, fértil em novas personagens, com Thomas e os companheiros perdidos na Terra Queimada e numa cidade dominada por Crankos que, posteriormente, os levou a conhecer um segundo grupo de variáveis – que no fundo é o que são todos estes jovens, utilizados numa experiência que visa o encontro de um cura para o Fulgor.
Disto isto, no que respeita a personagens, as afectividades do leitor alteram-se prevalecendo, possivelmente, uma empatia por aqueles que se encontram mais perto do protagonista.
Brenda, Jorge, Minho e Newt são aqueles que eu, pessoalmente, gostaria de destacar pela influência que acabam por ter em Thomas e pela forma activa como intervêm na acção e no rumo da história. Não vou divagar sobre cada um em particular, até porque a ausência de passados torna as suas personalidades muito cruas, mas creio que é importante referir que todos eles poderiam ser heróis, heróis com o tipo de coragem e sagacidade que todos possuímos quando, constantemente, somos levados ao extremo.

Tive muitas surpresas positivas durante esta leitura e uma delas foi a diversidade e ambientes apresentados, que acabaram por se completar na perfeição. Das estéreis instalações da CRUEL a um castelo desolador, passando por uma cidade, Denver, repressiva e manipulada pelo medo, os cenários mudam a uma velocidade vertiginosa que acompanha o ritmo desta aventura.
Igualmente interessante é a forma como, a par do Thomas, o leitor vai descobrindo mais informações sobre o Fulgor e sente, tal como a personagem, a incerteza quanto à veracidade das mesmas. A incerteza é, de facto, a palavra de ordem desta história, começando pelo seu próprio final – esta é provavelmente uma das poucas histórias de que eu gostei, em parte, pela falta de certezas quanto a tudo o que está acontecer.


Depois de tudo o que disse, apesar da ausência de um regime completamente totalitário habitual, sinto-me à vontade para vos dizer que me agradou muito a forma como o conceito de distopia foi tratado ao longo deste texto, com uma boa perspectiva de termos tão abrangentes como caos, impotência e drama, que na minha opinião poderão ser esclarecedora para leitores mais jovens.

Não vou falar da escrita de James Dashner, sobre a qual podem encontrar a minha opinião nos links dos livros anteriores, pois prefiro tentar explicar um pouco melhor o que penso desta narrativa – tarefa árdua até ao momento devido ao ciclo que se fecha com este livro.

Tenho ouvido comentários muito positivos sobre esta trilogia mas também são vários os leitores que esperavam um pouco mais, é para eles que escrevo o que se segue.
É possível olhar para Maze Runner como mais uma ficção young adult em que são testados os limites de personagens em plena transformação física e emocional, dando muito mais ênfase às suas qualidades e limitações, e, sob esta perspectiva, é efectivamente compreensível que se deseje um pouco mais. No entanto, para quem gosta de distopias científicas e procura uma introdução neste universo esta é para mim uma das melhores opções que tive o prazer de ler recentemente. 
Os pontos-chave que me fazem afirmar, provavelmente ousadamente, o que disse anteriormente são: a presença da manipulação do indivíduo através da ciência, o horror proporcionado pela distinção, pela humanidade como a conhecemos, numa amostra de semelhantes com os quais não nos identificamos, a incerteza constante relativamente à verdade quando esta é uma presença permanente na mente do leitor e das personagens e, por fim, o final… este final foi muito mais do que eu esperava e é assertivo de uma forma quase assustadora – existe mais um livro associado à série mas é uma prequela, ou seja, a história passa-se antes da trilogia e, provavelmente, tem um carácter explicativo quanto ao que deu origem ao Fulgor (eu gosto de dominá-lo de caos). Enfim, acho que para abranger Maze Runner, como eu o vejo, é necessário um distanciamento do factor entretenimento/comercial.

Em suma, esta não foi uma leitura de entretenimento puro, em que me apaixonei pelas personagens, e que me deixou o desejo de continuar a ler mais e mais sobre si. Foi, isso sim, uma história que me preencheu as medidas, que me foi conquistando pelas reflexões e comparações que me permitiu alcançar e que, quando terminado o seu ciclo, me deu vontade de conhecer mais obras deste autor.

Esta é uma grande aposta Editorial Presença, que eu sugiro aos fãs de distopia mas também aqueles que procurem algo diferente do que vai sendo publicado.

Da mesma trilogia:
Maze Runner – Correr ou Morrer (Opinião)
Maze Runner – Provas de Fogo (Opinião)


Título: Maze Runner – A Cura Mortal
Autor: James Dashner
Género: Distopia
Editora: Editorial Presença






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