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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
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segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Sinopse:
Sappho está apaixonada. O dia do seu casamento com Gavin marca o início de uma nova vida, na qual tudo parece finalmente fazer sentido. Mas a feliz noiva não tinha contado com Isobel, a filha de Gavin…
Aos olhos de todos, Isobel é uma rapariga encantadora que acolhe a sua nova madrasta de braços abertos. Porém, há algo que as alegres fotografias de família e a fachada impecável da sua casa não revelam. Algo com consequências imprevisíveis.”

Nem tudo é o que parece e por muito que estejamos perto de alguém, tão perto que de boa-fé lhe dedicaríamos o corpo e a alma, nunca devemos dar nada por garantido…
O Diário da Madrasta é um minucioso retrato da vida de Sappho através da sua mãe, Emily, que num inesperado momento tem acesso às páginas em que a sua filha conta, passo-a-passo, grande parte da sua existência.
Ligeiramente centrada na psicanálise, a escrita de Fay Weldon não é fácil, mas flui pela sua interessante narrativa que aborda temas muito direccionados para as relações de proximidade familiar no campo afectivo com uma abordagem muito diversificada.

Emily é uma psicoterapeuta freudiana reformada e mãe de Sappho. Certo dia a filha bate-lhe à porta, alegando que precisa de estar só, e entrega-lhe um saco simples repleto de folhas e diários onde expõe a sua vida por inteiro. Nesse mesmo dia Emily, tal como uma aranha que protege a sua teia, começa a percorrer os inúmeros fios que fizeram da sua cria aquilo que é hoje, acabando por ficar deveras chocada e surpreendida por constatar no que a existência de Sappho se tornou.
Tudo o que sempre se julgou verdade sobre esta família comum, embora socialmente conhecida, não passa de uma peça de teatro mal encenada em que a sua filha, dramaturga, juntamente com Gavin e Isobel lutam pelos papéis principais nas vidas uns dos outros de uma forma que abalará os alicerces até hoje estabelecidos pelo leitor para a palavra família.

Quando nos é dada a possibilidade de alcançar algo que desejamos somos tentados, ainda que iludidos, a acreditar e ver apenas aquilo que ambicionamos, julgando que para todos os contras haverá uma simples solução, pelo simples facto de estarmos felizes, e este foi o mal de Sappho. Como protagonista esta jovem mulher é o mais humana possível, esforçada e trabalhadora comete pecados e extravasa valores para alcançar os seus ideais, e ainda que nem sempre tome a posição mais correcta perante a vida é impossível o leitor não sentir proximidade com os seus objectivos pessoais e profissionais.

Fay Weldon conta-nos uma história quase perversa sobre personagens que cobiçam e desejam algo que trará a infelicidade de um outro alguém que é, ou deveria ser, próximo através de meios mais ou menos aceitáveis. Assim são as atitudes de Gavin e Isobel, ambos interesseiros e com uma inocência cruel, difícil de definir, espicaçam o leitor até que este se sinta repudiado e sem compreender a sua forma estranha de amar. No caso de Isobel, Emily logo na primeira página dá uma definição que não consigo deixar de achar acertada, passo a citar: «A Isobel não projecta vómito nem gira a cabeça como a criança do Exorcista, mas é apenas isso o que lhe falta». E o mais chocante para o leitor é que, na maioria das vezes, o faz sem ter a noção da sua malvadez.

Quanto a Emily, uma das quatro peças que considero fundamental nesta trama, ela é o elo de ligação a tudo o resto… colocando dúvidas pertinentes sobre, por exemplo, a importância da infância no ser humano maduro, ou mesmo a forma como a sexualidade afecta todo o nosso ser. Também ela é tutora de um forte caracter humanístico, oferecendo à narrativa laivos de humor e reflexão através não só da leitura do diário da filha como também das suas ponderações e vida pessoal.

Esta é uma história sólida com passado, presente e perspectiva de futuro que tem a capacidade de abordar, não só atitudes, acções e meios utilizados pelas pessoas no seu meio familiar, bem como, muitos outros factos reais em que o ser humano vê obrigado a ultrapassar enquanto atravessa todo o seu percurso vital, sendo que tudo isto só é possível graças às várias gerações de personagens.  

Desta feita, com uma escrita deveras interessante e fascinante Fay Weldon chega-nos com um livro perturbadoramente real que marcará pela diferença e cativará um público mais exigente com um intricado drama afectivo, não olhando a meios para representar questões problemáticas que atingem alguns seios familiares.

Uma aposta Asa com uma capa maravilhosa que aconselho a um público mais maduro.

Título: O Diário da Madrasta 
Autora: Fay Weldon
Género: Romance
Editora: Asa

4 comentários :

Unknown disse...

Olá Elphaba, adorei a tua opinião acerca deste livro.
A minha sai em breve!

conversasaofimdatarde.blogspot.com

Elphaba disse...

Olá Sunshine :)

Obrigada!! O livro foi difícil opinar mas fico contente que tenhas gostado.
(já sou seguidora do teu espaço)
Beijinho*

Unknown disse...

Olá...
Quero muito ler esse livro mais não o encontro..
Poderia me passar o ebook?
Obrigada

Elphaba disse...

Olá Skarlett :)
Lamento mas tive a verificar e este exemplar ainda não se encontra em ebook, pelo menos em português e para venda.

Boas leituras.

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