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A Elphaba...

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sexta-feira, 3 de maio de 2013
Sinopse:
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 1839, no Rio de Janeiro, onde viveria sempre até à morte em 1908. Pouco se sabe da sua infância, mas vários factores concorreram para criar dele a ideia de indivíduo excepcional destinado cedo a ser esmagado pelo sofrimento e pela discriminação: os pais pobres — ele filho de mulatos forros, pintor de profissão, ela uma lavadeira açoriana —, a epilepsia, a gaguez, até a timidez, decerto representavam enormes obstáculos numa sociedade assente na escravatura e na discriminação racial. No entanto, parece que as dificuldades e os sofrimentos do jovem Machado de Assis não foram muito avassaladores, ou pelo menos não o impediram de aprender, bem e depressa, e de cedo se orientar na carreira literária com sucesso aparentemente fácil. Machado é seguramente um dos fundadores do conto moderno, juntamente com Maupassant e Tchekhov, que publicaram os primeiros contos na mesma época. Não sendo nunca um escritor popular, já era em vida considerado o maior escritor brasileiro de sempre, e nessa posição aliás fundou em 1896 a Academia Brasileira de Letras, de que foi o primeiro presidente. Os textos incluídos neste volume foram publicados na colectânea Papéis avulsos (1882).


*Breve comentário.*

Se há coisa de que não posso queixar este semestre é das obras obrigatórias que tenho tido para leitura na faculdade e um desses extraordinário exemplos é, sem sombra para dúvidas, o título que por muitos é considerado um clássico, O Alienista de Machado de Assis.
Escrito na segunda metade do século XIX, esta narrativa destaca-se, entre tantas outras no universo literário, como uma importante chamada de atenção social para a loucura, enquanto doença - algo apenas descoberto pela comunidade científica deste século e que despertou algumas experiências dignas de pesadelos, não queiram saber!

Expressando-se através de um registo cómico e irónico, é logo a partir das primeiras páginas que o autor satiriza e apresenta o seu protagonista, Simão Bacamarte, um médico luso que emigra para o Brasil atrás do seu único interesse, a ciência.
Alienado por um brilhantismo fora do comum e cego pelos mistérios da mente, esta personagem introduz-nos de imediato no ridículo da comunidade de Itaguari, o seu universo, onde casa com uma mulher que em nada se enquadra nos padrões da época mas que, no entanto, é muito saudável. Ao estabelecer-se neste lugarejo, Simão inicia então uma busca pelo saber que, ao mesmo tempo, livrará o povo que o idolatra da terrível insanidade.

As peripécias são mais que muitas ao longo deste texto e nem poderia ser de outra maneira para que o leitor possa acompanhar, com gosto, as diversas reviravoltas que esta história vai sofrendo. Confesso, no entanto, que não vos posso contar muito mais, até porque esta não é uma narrativa longa mas sim, considerada por muitos, um conto. Mas, para os interessados, aconselho vivamente estas páginas, mais que não seja, porque são muito divertidas dentro do seu contexto histórico.


Um dos temas principais é, claro está, a loucura, que como doença sofre muitas alterações, encontrando-se apresentada através de diversas perspectivas, consoante as evoluções da pesquisa da personagem principal. O que merece igualmente destaque é a ciência e a forma como esta é encarada, estando contextualizada, em oposição à política social, no tempo em que se desenvolve a narrativa. A ciência é, aqui, apresentada como o reflexo de Simão, como algo instável, dada a sua imprevisibilidade, e o mesmo se verifica em relação aos pensamentos científicos.

Entre o respeito, a aceitação, o medo do desconhecido e, sobretudo, os devaneios das diferentes mentes apresentadas, todas elas em relação à ciência, esta é uma história que eu recomendo aos curiosos, sem qualquer preconceito por estarem a ler um livro publicado nos finais do século XIX, sobre o estreito laço que une a razão e a loucura, até porque se trata de um texto muito bem construído e com a capacidade de surpreender até ao último parágrafo.
Um autor que vou voltar a ler, com toda a certeza.

Título: O Alienista
Autora: Machado de Assis
Género: Ficção
Editora: Cotovia

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