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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
Viciada em literatura fantástica e romântica.
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sinopse:
Separadas pela vida, unidas pelo destino. Num chuvoso dia de outono, Susan Wright entrou numa clínica, matou duas pessoas a sangue-frio e aguardou que a polícia chegasse. Terá sido um ato de loucura? Uma vingança planeada? Susan não parece interessada em defender-se e recusa falar.
O seu silêncio estende-se a Beth Powell, a advogada a quem é atribuído o caso. Beth é uma mulher de sucesso com uma carreira brilhante mas nada a preparara para o momento em que identifica a autora daquele crime tão bárbaro. Quando eram crianças, Beth e Susan juraram ser amigas para sempre. Vinte e nove anos depois, mal se reconhecem.
Mas as memórias dos verões felizes das suas infâncias são suficientemente poderosas para as unir de novo. Enquanto as provas contra Susan se acumulam, elas partilham recordações e revelam os segredos que ditaram o rumo das suas vidas. A amizade entre as duas mulheres torna-se cada vez mais forte mas sobre uma delas pende a implacável mão do destino…

Existem histórias que são uma agradável surpresa e esta foi, definitivamente, uma delas.
Embora Lesley Pearse seja uma conceituada autora a nível nacional, com diversos títulos já publicados pela ASA, ainda não tinha surgido uma verdadeira oportunidade para que eu me debruçasse sobre a sua escrita ou me sentisse compelida a fazê-lo. No entanto, após ter lido Nunca Digas Adeus, é com sinceridade que me confesso arrependida de não o ter feito antes.

Para quem espera encontrar o típico romance nas palavras desta autora, os segredos, o mistério policial e as intrigas serão, como foram para mim, uma descoberta muitíssimo agradável que acompanha o folhear até um desenlace agridoce e emotivo que não poderia estar mais perfeito.


Beth e Susan são duas mulheres maduras, com uma vida calejada, a quem o destino ofereceu caminhos díspares. Com um passado em comum, estas duas mulheres encontram na infância as suas melhores lembranças e, no seu fado, muitas lágrimas de solidão. No presente as suas vidas estão em lado apostos da sociedade, são duas desconhecidas que não se reconhecem a si próprias, até que um erro cometido por Susan, um erro que as afasta, um erro que as une, ressuscitará a ausência de afecto que as caracterizou ao longo do seu crescimento. Enquanto Beth se encontra num processo de aprendizagem rumo à paixão de viver, Susan atravessa agora o culminar da sua dor, reprimida, que foi reunindo ao longo de toda a sua existência de altos e baixos, de sorrisos genuínos e mágoas que tempo algum apaziguará, encontrando-se agora num profundo poço como arguida, como assassina, que vê ser-lhe atribuída uma advogada que a memória reconhece como a única amiga que conheceu na vida.

Elaborada com esmero, é com prazer que vos digo que nada é deixado ao acaso no decorrer desta história que prima pelas emoções fortes, pelos momentos de tensão e por muitas questões para as quais o leitor se verá sedento de respostas. As relações familiares, as traições e os medos que perduram durante a maturidade, deixados pela inocência de uma meninice frágil e deturpada, são parte dos desenvolvimentos chave deste enredo através dos quais existe oportunidade de explorar abusos e fragilidades que, infelizmente, fazem parte do nosso quotidiano e que se encontram esquecidos.
O romance, presente através de Beth e do passado de Susan, é remetido para segundo plano enquanto decorre a acção, no entanto não deixa, em momento algum, de ser uma peça fundamental com a devida importância para a sustentabilidade do ser o humano claramente reflectido nestas páginas. Independentemente da forma de amar é crucial que o sentimento esteja sempre presente.

No que respeita às protagonistas da narrativa, estas representam cuidadosamente a mulher actual servindo de base para distinguir dois lados da nossa sociedade e, em conjunto com os intervenientes masculinos, acabam por ofertar um lado muito curioso das relações afectivas, da própria integridade humana que se encontra exposta através do melhor e pior que podemos encontrar à nossa volta.

Como mensagem final, penso que a autora pretende mostrar o quanto a vida pode modificar-nos, o quão enganadora pode ser a imagem que passamos para o exterior relativamente ao que se passa no nosso íntimo e, acima de tudo, o quanto todos nós estamos sujeitos às agressividades de terceiros quando, no fundo, pretendemos apenas ser felizes.

Um livro muito sério que se folheia com uma descontracção imensa e que, no final, creio que deixará uma sensação de satisfação plena a leitores adeptos de diferentes géneros literários. A mim deixou.

Lesley Pearse tem uma escrita muito fluida e assertiva que, conjugada com a sua imaginação, consegue criar um enredo autêntico e interessante baseado em questões reais e atractivas.
As suas descrições são breves mas suficientemente palpáveis para dar a ver ao leitor tudo o que é necessário e, quer seja nas alusões ao passado ou ao presente, existe a perfeita interacção entre o leitor e o ambiente que o rodeiam durante o decorrer da acção.
A autora soube ainda criar com zelo um mistério intrigante que apelará aos adeptos de literatura policial expondo um crime está expresso cuidadosamente e consegue, efectivamente, esmiuçar o desejo de descobrir o que realmente se passa na mente de quem cometeu o crime.
Por tudo o que foi dito, quer se procure um bom romance, policial ou até um drama com história de vida, Nunca Digas Adeus é, definitivamente, uma escolha acertada com a capacidade de despertar emoção durante todo o seu texto.

Eu, pessoalmente, fiquei com muita vontade de ler as restantes obras publicadas da autora e quero mesmo fazê-lo em breve.
Gostei do enredo em geral, gostei de acompanhar o crescimento das personagens principais e as suas mutações, assim como gostei, muito, do desenlace escolhido para a obra ao qual não falta um toque de romantismo.

Esta é uma boa aposta da ASA que captará, certamente, atenção de muitos leitores para dramas reais que eu sugiro, principalmente, a quem gosta de romances.
Para quem, como eu, ficar fã da autora a através desta obra encontram-se já publicados da mesma autora os títulos Nunca me Esqueças, Procuro-te, Segue o Coração e A Melodia do Amor.

Título: Nunca Digas Adeus
Autora: Lesley Pearse
Género: Romance
Editora: ASA

5 comentários :

Jessinha Cruz disse...

Já li todos os livros dela e esse foi o que mais me impressionou. Todos os outros remetem para um tempo antigo mas este ... uau!!!

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Olá! Vim convidá-la em primeira mão a participar no amigo literário oculto do meu blog. Conto contigo ^.^
http://fofocas-literarias.blogspot.pt/2012/10/amigo-literario-oculto-inscricoes-e.html

Maria João disse...

Tens selinho no meu blog :)

Elphaba disse...

Olá Jessinha,
Eu não li os livro anteriores da autora mas gostei mesmo muito deste :)
Em relação ao convite, eu li o post que me indicou mas estando eu em portugal não me parece viavel a minha participação. Mas obrigado na mesma!

Maria Joaão :)
Obrigado!

Beijinhos & Boas leituras para as duas.

Ester Almeida disse...

Com esta ótima opinião, vou ter de ler algo desta autora :)

Elphaba disse...

Ester não posso falar pelas restantes obras mas esta tenho a certeza que será uma leitura surpreendente e agradável :)

Boas leituras, beijinhos.

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