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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Terá sido ela a primeira e mais temível assassina em série da história?
Sinopse:
A bela condessa Erzsébet Báthory nasceu num berço de ouro da aristocracia húngara. Nada faria prever que acabaria os seus dias encarcerada na torre do seu próprio castelo. O seu crime: os macabros assassínios de dezenas de criadas, na sua maioria jovens raparigas torturadas até à morte por desagradarem à sua impiedosa senhora.
Pouco antes de ser isolada para sempre, Erzsébet conta a apaixonante história da sua vida. Ela foi capaz dos mais cruéis actos de tortura mas também do mais apaixonado e intenso amor. Foi mãe, amante, companheira… uma mulher que teve o mundo a seus pés e se transformou num monstro.  

Os seus opositores retractaram-na como uma bruxa sanguinária, um retracto que fez dela a mulher mais odiada da História. Erzsébet inspirou Drácula, inscreveu-se na literatura clássica e contemporânea, deu azo a filmes, séries de TV e até jogos de computador.

Apesar de já ter lido vários livros depois deste, foi em vão que tentei acalmar a confusão sentimental que se mantém… soará estranho se eu vos disser que sinto compaixão, tristeza, por aquela que foi considerada a primeira assassina em série da história?
A Condessa conta-nos, de forma emotiva, como Erzsébet se tornou precocemente mulher, para os nossos parâmetros, e de como amadureceu o seu lado psicológico tão peculiar, falando-nos dos seus medos, das suas conquistas e da sua estranha forma de amar. 
Rebecca Johns soube levar o leitor a perfurar as barreiras da crueldade histórica através da sua escrita cuidada e suficientemente descritiva, que nos conquista para lá do último folgo da sua protagonista. 

Esta história atrai-nos e cria laços com o leitor logo de início pela forma como é narrada, na primeira pessoa, pela personagem principal que descreve a sua vida ao seu filho, Pál, a partir do momento em que é condenada à clausura perpétua.

Da perturbadora infância feliz, ao prematuro compromisso matrimonial com pouco mais de uma dezena de primaveras, todos os pormenores nos são descritos para que nos seja dada a conhecer não só a guerra entre a Hungria e Turquia, a sociedade, bem como, a extensa e peculiar família que sempre fez parte da própria Erzsébet.

Numa época em que o convencional era sobrevalorizado e o verdadeiro enredo da social dominava entre portas e falsos sorrisos, a vida era extremamente dura e muitas das vezes cruel, o leitor não poderá desta forma deixar-se chocar com a morte precoce, a violência e a forma como muitas vezes as mulheres e crianças eram tratadas, são apenas retractos históricos e as suas descrições apenas enaltecem este livro.  

Ainda que, a nossa história seja construída pela magnífica Condessa o leitor deverá ter em atenção todo o meio envolvente que acolhe a nossa Mulher, pois socialmente esta tinha um papel importantíssimo e dominante, ainda que aparentemente apenas o oposto se revelasse. 

Quanto à nossa protagonista, desde muito cedo, é dotada uma esperteza fora do comum que, com a forçada maturidade, veio a transformar-se em inteligência e educação a um nível raro para a época aprendendo, tenramente, que a inveja e a dor caminham lado a lado com alguém da sua elevada posição social. Foi sem dúvida adorada por muitos e odiada em igual número, mas influência é poder e querendo-se tudo se consegue, mas a sua falta submissão e, em determinado momento, de perspicácia foram em minha opinião as verdadeiras causadoras da sentença de Erzsébet

Portanto a par com a história da Condessa, e o retracto feminino do século xv este livro carrega um forte cariz social, um espelho muito fidedigno de uma época em que o povo não tinha valor e a sua vida, enquanto ser humano, era muitas vezes desvalorizada. 
Não minto, este é um livro sofrido, que marca leitores mais susceptíveis como a realidade tende a fazer, no entanto, é uma leitura misericordiosa que com um ritmo arrebatador e repleta de pormenores que nos envolvem consegue manter o suspense até à última página, ainda que o final nos seja revelado logo de início. 

Penso que cada um terá a sua opinião particular e juízos a fazer sobre a protagonista, eu da minha parte compreendo-a, pois tudo o que a envolveu levou-a aos limites emotivos da sanidade e desde muito cedo é explícito que o seu discernimento não era vulgar, se verificarmos a crueza e inocência pueril com que praticava diversas acções.

Em suma, um excelente livro história, com o terror completamente de parte, a não ser pelos actos de barbárie muito utilizados na época, no entanto, para mim está entre as melhores leituras deste ano. Uma obra extremamente bem conseguida que tornou empolgante uma grande lição de história social e moral. Com a assinatura da ASA, um livro que recomendo em especial aos leitores do género romance histórico, mas também a todos os curiosos por um bom livro. 

Título: A Condessa
Autora: Rebecca Johns
Género: Romance Histórico
Editora: ASA

5 comentários :

Anónimo disse...

Estou doida para ler este livro e acho que me convenceste a comprá-lo =p

Anónimo disse...

wow!

Com esta crítica, um livro que não me tinha despertado grande atenção, agora despertou!

Tenho mesmo que o ler!! :O

Bjs*

Elphaba disse...

Crazy, vais gostar bastante a sério :)

O livro está muito bom! Beijinho e bom ano ;)

TLB disse...

I am very touched to hear you like A Condessa that much, Elphaba! Thank you very kindly for your review.

Best,
Rebecca Johns

Elphaba disse...

Hi, Rebecca! I’m very happy to know that you liked my review, I sure loved reading it seeing it is a fascinating book.
Thank you so much for passing by.
Elphaba

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