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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
Viciada em literatura fantástica e romântica.
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Sinopse:
This stunning debut captures the grotesque madness of a mystical under-land, as well as a girl’s pangs of first love and independence.
Alyssa Gardner hears the whispers of bugs and flowers—precisely the affliction that landed her mother in a mental hospital years before. This family curse stretches back to her ancestor Alice Liddell, the real-life inspiration for Lewis Carroll’s Alice’s Adventures in Wonderland. Alyssa might be crazy, but she manages to keep it together. For now.
When her mother’s mental health takes a turn for the worse, Alyssa learns that what she thought was fiction is based in terrifying reality. The real Wonderland is a place far darker and more twisted than Lewis Carroll ever let on. There, Alyssa must pass a series of tests, including draining an ocean of Alice’s tears, waking the slumbering tea party, and subduing a vicious bandersnatch, to fix Alice’s mistakes and save her family. She must also decide whom to trust: Jeb, her gorgeous best friend and secret crush, or the sexy but suspicious Morpheus, her guide through Wonderland, who may have dark motives of his own.

*Aviso: esta opinião está um pouco confusa, com alguns desabafos pessoais e à primeira vista foge à rotina da análise que costumo fazer no blog. Mas gostei muito deste livro, gostei mesmo.*

Eu namorei o Splintered meses a fio e depois de ter cedido à tentação de o trazer para as minhas estantes, quando finalmente chegou, deixei-o por lá durante um ano – sou terrível, certo? A verdade é que, apesar da falta de disponibilidade para a sua leitura, este livro foi amor à primeira vista pela sua capa lindíssima e sinopse cativante, algo que aumentou consideravelmente depois de o ter nas mãos e ver o bonito trabalho de edição em torno deste hardcover. É, sem dúvida alguma, um livro para coleccionar e admirar.
Ainda antes de começar a minha opinião, aproveito para vos confessar que nunca fui uma grande fã de Alice no País das Maravilhas, história que tive oportunidade de analisar sob algumas perspectivas na minha vida académica, mas que por outro lado sou uma grande, grande admiradora de retellings – vejam o caso de A Bruxa de Oz, que deu o nome a este blog, que adoro contrariamente a O Feiticeiro de Oz. Adiante.

Com palavras tão belas quanto desafiantes, A. G. Howard soube ser criativa, arrojada e primorosa por excelência para ressuscitar uma história que, por si só, no original, é dotada se uma complexidade incomum para leitores de todas as idades, tornando-a ainda mais intensa. Assim, e apesar de algumas dificuldades durante a minha leitura, não tenho problemas em afirmar que a autora cumpriu as expectativas prometidas e superou-se nas suas singularidades, que complementaram o que de muito peculiar já se conhecia de Wonderland.

Em poucas palavras, Alyssa Gardner é descendente de Alice Liddell, que muitos anos antes contou a Lewis Carroll sobre a sua aventura em Wonderland – que deverá ser do conhecimento de quem optar por esta leitura. Entre os muitos problemas que o seu passado familiar lhe trouxe, aquele que mais perturba Alyssa é o mesmo que levou a sua mãe à loucura, o facto de ouvir e poder falar com insectos e plantas. Após um raro momento de lucidez da sua mãe, na visita semanal ao asilo em que esta se encontra, e de saber que esta irá iniciar tratamentos mais agressivos, a protagonista acaba por, de uma vez por todas, enfrentar a maldição que persegue as mulheres da sua família, para salvar a sua mãe e o seu próprio futuro da alienação. Ou seja, tenta arranjar maneira de voltar ao lugar onde tudo começou para resolver os erros da sua antepassada.

Eu já vos disse que não era fã da Alice no País das Maravilhas, correcto? Bem a verdade é que eu gosto tanto da jovem Alice como da Doroty… pois! No entanto, a protagonista do Carroll é tocada por um falta de coerência e lucidez que me agradavam de alguma forma (apesar de ser tão… tontinha) e digo-vos tudo isto para concluir que os melhores atributos de Alice no original são conseguidos por Alyssa, o que faz com que eu tenha gostado imenso desta jovem mulher que com a puberdade se começou a sentir inadaptada ao comum.
Irreverente, dúbia e corajosa, esta protagonista que vive em conflito consigo mesma e tantas vezes toma decisões erradas tem rasgos emocionais, e de acção, que me conquistaram e que, até ao final, me deixaram desejosa de saber o que lhe reserva o futuro. Ela é, efectivamente, um pouco louca mas não tanto como a própria concebe dado o destino surreal que acaba por a envolver e eu, confesso-vos, fiquei alucinada pela forma como escolhe lidar com as suas perturbações, o que é apenas mais um pouco a seu favor. Em ralação aos “rapazes” que influenciam a sua jornada – Jeb e Morpheus, o melhor amigo/sexy/antiga paixão e o guia de Alyssa em Wonderland que se vem a revelar sombrio e sedutor de forma assustadora, respectivamente – ambos me agradaram por motivos diferentes, porque representam as duas faces da personagem principal, eles são o rosto e o reflexo da história, uma das muitas singularidades que caracterizam a narrativa.

O leque de personagens é imenso, não vos minto. Apesar de a narrativa seguir os passos dos três intervenientes que citei anteriormente, juntem os pais de Alyssa e todas as personagens da realidade paralela e o núcleo é gigante, todo ele muitas vezes pertinente e coincidente com a trama de base, mas com requintes maravilhosos, obscuros e arrepiantes que me fizeram, literalmente, salivar – o White Rabbit, por exemplo, é tão creepy!

Toda a magia, fascinante e bonitinha, que o leitor eventualmente associa a esta fantasia é desfeita e reinventada em caos, destruição e demência nociva, com cenários tóxicos que condizem na perfeição com vários momentos assustadores da aventura da protagonista para tentar reverter a maldição a que está sujeita. 
O texto é, por isso, repleto de lugares comuns, rescrevendo literalmente a aventura com base nas consequências do passado, sendo que esta volta a acontecer em parte de forma reversiva – Alice aparentemente cometeu erros que Alyssa tem de emendar – mas com uma identidade muito própria.

Gostava de vos descrever mais sobre a história mas esta é tão próxima do original em tantos momentos, excedendo-se nos contornos e pormenores, que tudo o que eu possa contar acaba por se tornar um spoiler. Ainda assim, confiem, a loucura, as dúvidas existências, a própria humanidade ou falta desta nos intervenientes, são tudo questões levantadas através de problemáticas que, numa perspectiva real, não fazem muito sentido, mas que através dos trocadilhos e no contexto visual da narrativa são deliciosos. (Como efectivamente acontece com no história de Carroll; todos são loucos inclusive Alice que, entre muitas perguntas levantadas, nos faz questionar se ela mesma é uma pessoa.)

Quase a terminar, não vou avaliar a escrita de A. G. Howard e digo-vos que, como leitura lúdica, foi o livro em inglês que mais dificuldade tive em ler até hoje. Quer pelo vocabulário utilizado nas descrições, quer pela complexidade do ambiente retratado, foi uma obra que me deu muita luta e que adorava ver traduzida de forma fidedigna embora, tal como aconteceu com Carroll, duvido que fosse possível encontrar uma boa tradução. Há muitas expressões idiomáticas, demasiado humor e causa/efeito subentendido que não está explicito e isso, para alguém que não é nativo (e muitas vezes até para um nativo), é algo complicado de ultrapassar e permitir a fluidez desejada para o entretenimento. Mas atenção, visualmente a história é fantástica e mesmo com as minhas lacunas adorei.

Sucintamente, este é um livro darkfantasy e young adult que não recomendado a quem não gosta de algum terror, o que não invalida a existência de romance. E sim, há e não há um triângulo amoroso, embora eu encare a sedução e atracção como emoções alienadas de sentimentos puros – o que invalida a existência desse mesmo triângulo. Estou a ser confusa? Desculpem, mas mesmo eu me senti confusa durante a leitura, contagiada pela protagonista e pelo turbilhão a que está sujeita até ao final, que brilha com um twist excelente, com uma reviravolta surpreendente e original, que eleva a história para outro patamar.

E é isto, resta-me dizer-vos que vou pegar nos próximos dois livros da trilogia já publicados muito em breve, Unhinged e Ensnared, e já em Março na novella  The Moth in the Mirror, que deve ser lida entre o primeiro e segundo livros. Portanto, sou masoquista e hei-de trazer-vos novidades sobre esta história que recomendo, mesmo, se este for o vosso género de leitura – género fantasia complicada e creepy.

Título: Splintered
Autora: A. G. Howard
Género: Dark Fantasy; Young Adult
Editora: Amulet Books


3 comentários :

Jessinha Cruz disse...

Queria tanto que esse livro fosse traduzido e lançado cá em Portugal :)
Beijo
www.fofocas-literarias.blogspot.pt

Mafs disse...

Eu já tinha este livro debaixo de olho, e com a tua opinião, a minha vontade de o ler só aumentou *-* Dark fantasy, ainda por cima complicada é definitivamente a minha praia x) um must read ;))

Elphaba disse...

Jessie, o livro é realmente bom. Original e para quem gosta de retellings é mesmo do melhor.
Mafs, se o teu inglês é bom então esta é uma boa aposta. Eu estou bastante satisfeita :D

Obrigado por passarem por cá,
Beijinho & Boas leituras*

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