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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
Viciada em literatura fantástica e romântica.
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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Sinopse:
A cada dia um novo corpo. A cada dia uma nova vida. A cada dia o mesmo amor pela mesma rapariga.
A cada dia, A acorda no corpo de uma pessoa diferente. Nunca sabe quem será nem onde estará. A já se conformou com a sua sorte e criou regras para a sua vida:
Nunca se apegar muito. Evitar ser notado. Não interferir.
Tudo corre bem até que A acorda no corpo de Justin e conhece Rhiannon, a namorada de Justin. A partir desse momento, as regras de vida de A não mais se aplicam. Porque, finalmente, A encontrou alguém com quem quer estar a cada dia, todos os dias.

Este livro é tão, mas tão bonito de tantas perspectivas diferentes que, se pudesse, obrigaria o mundo a lê-lo, obrigaria o mundo a expressar-se sobre todas as marcas e reflexos que estas páginas lhe irão deixar, páginas que, pela sua dimensão e complexidade, tornam esta história num dos melhores young adults que tive o prazer de ler até hoje.

David Levithan simplifica e transforma as suas frases em puro amor e fantasia, depois complica e oferece inúmeras questões sociais e pessoais, desafiando ideais pré-concebidos e desconstruindo ilusões reais num universo paralelo maravilhoso. David Levithan é um escritor e tanto, é um mago a expor a juventude, testando-a repetidamente, numa narrativa tão impossível quanto credível e original.

A base de A Cada Dia é a anunciada na sinopse; a cada dia um novo corpo, uma nova vida, uma nova realidade. Todos os dias o leitor encontrará A e todos os dias A oferece a quem lê a oportunidade de conhecer uma nova perspectiva do mundo comum e que nos esquecemos ser tão singular para cada um de nós.
Com a efemeridade deste destino bem definida na sua mente, A sabe que as emoções e os sentimentos são algo que lhe é proibido, são algo a que não se pode permitir, são algo que acabará por fugir ao seu controlo e que darão início a uma história que se transformará numa montanha russa comovedora que mudará A para sempre.

Se o enredo é brilhante o seu protagonista não é menos extraordinário, possibilitando que a narrativa se torne muito especial em muitos sentidos.
Pensem em A como uma entidade, peculiar, única, íntima consigo mesma, e, ao mesmo tempo, dividida em todas as pequenas partes, em todas as pessoas, que todos os dias habita. É muito para abraçar não vos parece? Ele é assim, singular e múltiplo, com tudo o que já viu e a que já assistiu, com o mesclar das suas emoções e das emoções dos outros (que de certa forma possui), com as aprendizagens, com o crescimento, com a maturidade e com todos os olhares com que já repartiu a sua alma. É muito e é tão fértil e tão gratificante sentir tanto através de um único livro.
 
A minha edição
Ainda em relação a intervenientes, existe ainda Rhiannon que acaba por dar bastante brilho à história pela forma como toca A, pela sua sensibilidade, pela sua capacidade de confrontar o leitor com a sua humanidade – é fácil perdermo-nos no excesso das sensações de A – e só por isso é igualmente especial. Posso ainda destacar Nathan, que também apresenta uma perspectiva humana mas mais precipitada, mais veloz no julgamento, quase cruel, perante o desconhecido. No entanto, devo recordar, as personagens rodam os 17 anos o que lhes dá espaço para evolução, para uma maior evidência do crescimento contínuo a que todos estamos expostos.

As problemáticas abordadas, por sua vez, são tantas que nem sei por onde começar – um mês depois da minha leitura no original ainda me sinto atordoada. O texto decorre ao longo de 40 dias da vida da personagem principal e cada dia oferece algo novo para explorar; da homossexualidade à obesidade, da exploração infantil ao desconforto de uma família disfuncional, com passagem por lares acolhedores, outros violentos, outros felizes e outros tantos depressivos. Vários estigmas sociais são abordados e a multiplicidade de afectividades analisadas é simplesmente impossível de verbalizar. Tudo isto, claro está, pelo olhar de A, mas também através da sua capacidade de se distanciar e de não deturpar existências que são apenas temporariamente suas.  

Sim, leitores, este é um livro tocante e com uma dimensão difícil de transpor por palavras, um livro que mostra a genialidade do seu autor em consolidar tanto e de forma tão inteligente que nos faz esquecer que estamos a ler uma fantasia, que estamos a ler uma história de amor e esperança entre A e Rhiannon.
Quanto à escrita, é muito acessível aos mais jovens e fico muito feliz por esta publicação em português, pela sua publicação para um público que está a demorar a abrir-se para a imensidão que é o universo que o rodeia.

Enfim, tornei-me uma fã número de David Levithan e estou ansiosa para ver publicada a continuação deste enredo, Another Day no original, um enredo que ultrapassou todas as minhas expectativas e me saciou plenamente.

À parte: neste livro eu, uma sequiosa leitora de romances, li pela primeira vez uma história sobre o amor enquanto sentimento, sobre amar enquanto acto, reproduzida sob todas as curvas e contracurvas que acredito serem possíveis, sob todas as possibilidades que desejava ver em torno de mim e que me fazem continuar a gostar do ser humano.

Uma grande, grande aposta da Topseller para 2015 que irá tocar todos os que se permitirem deixar abraçar por esta história, ou pelo menos eu assim o espero.


Título: A Cada Dia
Autor: David Levithan
Género: Fantasia; Romance; Young Adult
Editora: Topseller






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