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A Elphaba...

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quinta-feira, 20 de junho de 2013
Sinopse:
Atravessar o Labirinto devia ter sido o fim. Acabar-se-iam os enigmas, as variáveis e a fuga desesperada. Thomas tinha a certeza de que, se conseguissem fugir, ele e os Clareirenses teriam as suas vidas de volta. Mas ninguém sabia realmente para que tipo de vida iriam regressar...
O segundo volume da série Maze Runner ameaça tornar-se um clássico moderno para os fãs de títulos como Os Jogos da Fome.

Depois de um começo que considerei ligeiramente reticente, introdutório, com o título Maze Runner - Correr ou Morrer a deixar muitas questões em aberto e alguma confusão quanto ao género literário que estava a folhear, finalmente as coisas começam a fazer sentido, e que sentido! 
Neste segundo livro da série Maze Runner deparei-me com constantes cenas repletas de acção, cenários desoladores, algum terror e muita tecnologia enquanto, a pouco e pouco, fui amealhando mais informação sobre esta história, que é a escolha perfeita para os leitores que, como eu, gostem de ficção científica, num contexto distópico e juvenil.

Inteligente, James Dashner conseguiu realmente convencer-me que, com o final do livro anterior, tudo iria mudar, que a experiência científica do qual o nosso protagonista, Thomas, escapou tinha terminado. Nada disso.
Afinal tudo a que assistimos foi apenas o início de algo maior, o início de um teste surreal em que, infelizmente para as personagens, a esperança nascida após a saída do Labirinto é apenas um interlúdio para todo o horror que ainda espera os Clareirenses - os jovens submetidos à experiência no Labirinto no livro anterior. Tudo o resto que possa contar-vos sobre esta história é spoiler - a própria sinopse não adianta muito mais -, isto porque das primeiras às últimas páginas tudo é novidade, tudo surpreender ao longo de um folhear em que tudo pode acontecer - e acreditem que a morte é o menor de todos os pesadelos para Thomas e os seus amigos.

Quanto a personagens, o número de intervenientes aumentou bastante, afinal de contas os nossos estranhos chancos estão agora no cenário consideravelmente mais alargado, mas quem continua a destacar-se é definitivamente Thomas, assim como Teresa, Minho e Aris e, ainda, outras duas personagens que Thomas encontrará posteriormente numa cidade maldita, dois desconhecidos que sem dúvida vos causaram sentimentos ambíguos, emoção que começa a revelar-se em relação a todas as personagens deste enredo.
Mas voltando ao protagonista, este continua a ser os nossos olhos no perigoso universo em que está inserido e, felizmente para o leitor, começa agora a ter pequenas lembranças de um passado antes do aparecimento do Fulgor - pois é, vocês não sabem o que é o Fulgor e eu não vos posso contar -, o que nos permite saber, entre outras coisas, que este já teve uma família. Mais confuso que nunca, este rapaz continua a desenvolver para com o leitor a empatia iniciada anteriormente mas, confesso-vos, que é difícil estabelecer um perfil do próprio quando ele mesmo aparenta ser, tal como todos os outros, uma marioneta alterada nas mãos da CRUEL – pois... vocês também não sabem o que é a CRUEL
Em suma, as personagens são atractivas, mas sendo elas amnésicas e, aparentemente, parte de uma experiência mirabolante em que o real não se distingue do tecnologicamente manipulado eu não me arrisco a fazer juízos de valor, nem mesmo sobre Thomas. É uma klunk.

Personagens à parte, passemos ao mais importante, os cenários e o universo desenvolvido em Maze Runner - Provas de Fogo, que são absolutamente fantásticos.
Todos os leitores já ouviram falar do Big Brother e, em parte, isso é algo que irão encontrar neste livro. Tudo, absolutamente tudo o que se passa neste livro é aparentemente espiado, analisado e alterado visando o estudo de variáveis comportamentais e emocionais dos intervenientes. Desde uma alteração atmosférica, passando por um edifício ou os próprios indivíduos, nada do que o leitor lê pode ser real e isso, para mim, é arrepiante - não admira que traca-se seja palavra comum no vocabulário dos chancos. E por falar em vocabulário, o dialecto utilizado no livro anterior mantém-se, e ao que parece foi criado pela dita CRUEL para evitar que os jovenzinhos dissessem impropérios, o que me parece muito bem, atendendo que a vida deles já é uma verdadeira klunk.

A grande novidade deste livro é certamente o aparecimento/descoberta do Fulgor e das suas vítimas os crankos, uma grande klunk, ou melhor, uma doença que leva os seus portadores à insanidade total, até ao momento em que estes começam a comer outros seres humanos. Zombies? Eu não chegaria a tanto, mas quem sabe estejamos perante os eternos mortos-vivos? Só vos posso dizer que, com algum humor, este é mais um dos grandes mistérios criados por James Dashner que me manteve fascinada durante todo o livro.  

Outros pormenores de que gostei envolveram muito sangue e tecnologia, duas coisas que abundam neste livro, sendo a primeira proveniente muitas situações criadas pela segunda.
Quem escolher esta leitura deve, portanto, ter o estômago preparado para momentos de adrenalina pura em que um dos intervenientes acaba, provavelmente, mutilado, confuso ou morto, logo após um momento de muita violência em que os seus instintos de sobrevivência são levados ao limite. Tudo isto com a palavra traição a pairar entre todos eles, sem que se saiba quem é, ou não, realmente um companheiro leal neste distópico e Admirável Mundo Novo, onde o autor não se priva de expor o mal como ele realmente é, cruel – embora a mensagem passada seja contraditória, - «Cruel é bom.» -, eu sei que não perceberam mas perceberão quando lerem. Gostei!

Em suma, a série Maze Runner, embora seja um leitura viciante, é complexa ao criar uma distopia quase perfeita, acabando mesmo por levar esta história para um patamar de eleição. A perspectiva de que tudo pode acontecer e de que ao mesmo tempo esse "tudo" pode não passar de uma criação de terceiros é para mim fascinante, pelo que não resisto a sugerir esta leitura a todo o tipo de leitores que gostem de ficção científica e que tenham uma mente aberta para analisar e observar esta experiência aterradora.

No que respeita da James Dashner espero, sinceramente, que me tenha preparado um final em grande, porque neste momento, enquanto leitora, a envolvência é extrema e a curiosidade imensa. De qualquer forma, a genialidade para criar algo com tantos lugares comuns aos leitores deste género literário e, ao mesmo tempo, conseguir amplifica-los de forma surreal é um mérito que já ninguém lhe tira.
Quanto à escrita nada tenho a apontar, é simples e com muitos diálogos, o que promove uma leitura rápida, e quando se torna mais descritiva, é rica em momentos de acção ou descrições arrepiantes para causar suspense - descrições essas que tive que reler muitas vezes para acreditar no que estava a ler.

Pessoalmente… estou sem palavras. Aliás, peço desde já desculpa se o que acabaram de ler é confuso, mas demorei mais do dobro do tempo habitual para tentar pôr por palavras a minha opinião sobre este livro sem vos contar demasiado sobre as suas páginas - no último livro da série vou fazer imensos spoilers, de certeza.
Aproveito ainda para vos confessar que encarei as personagens em geral como objectos, daí não as desenvolver, e que as dúvidas que sinto em relação a tudo o que se passou são tantas que, neste momento, ainda tenho um nó cego cerebral. (Convido quem ler este livro a enviar-me email com o seu feedback, gostava mesmo de falar mais sobre ele e saber segundas opiniões.)
Por fim, espero que no próximo livro, The Death Cure, exista ainda mais mortes, pois quero os verdadeiros culpados aniquilados e não me interessa quem eles são porque neste momento não se odeio ou gosto de qualquer um dos intervenientes. E convido-vos, ainda, após esta leitura, a ler uma memória extra do Thomas, Thomas’s First Memory of the Flare.

Mais uma fantástica aposta Editorial Presença para jovens e graúdos que desejem descobrir algo alternativo com as suas leituras, algo que os fará pensar e reflectir sobre a humanidade, os seus limites e as suas ambições.






Maze Runner – Correr ou Morrer (Opinião)


Título: Maze Runner – Provas de Fogo
Autor: James Dashner
Género: Young Adult, Distopia, Ficçaõ Científica
Editora: Editorial Presença

Para mais informações sobre Maze Runner – Provas de Fogo clique aqui.


1 comentários :

Anónimo disse...

Confesso que fiquei curiosa com esta série! ;-)

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