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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
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quinta-feira, 23 de março de 2017
Sinopse: 
A escuridão, o vento, os gritos. O mesmo pesadelo noturno desde que a mãe de Conor ficou doente. Tudo é tão aterrorizador que Conor não se mostra assustado quando uma árvore próxima de sua casa se transforma num monstro... Mas só o monstro sabe que Conor esconde um segredo e é o único a estar ao seu lado nos seus maiores medos. 
Inspirado numa ideia original da escritora Siobhan Dowd, que morreu de cancro em 2007, Patrick Ness criou uma história de uma beleza tocante, que aborda verdades dolorosas com elegância e profundidade, sem nunca perder de vista a esperança no futuro. Fala-nos dos sentimentos de perda, medo e solidão e também da coragem e da compaixão necessárias para os ultrapassar.


Li o livro e chorei. Vi o filme e chorei, tanto. Finalmente é a chegada a altura de vos trazer a minha opinião da preciosidade que é, para os mais jovens e para os graúdos, esta magnífica história. Uma história especial, como todas as que nos mostram algo puro e com a capacidade de nos tocar profundamente. Uma história que nos fala sobre a dificuldade de abrirmos mão de algo que amamos com todo o coração, crescer e seguir em frente. 

Patrick Ness foi convidado a pegar na ideia de Siobhan Dowd para o seu quinto livro, após o seu sopro lhe ser roubado prematuramente. Foi um convite com um peso muito próprio, um convite que eu, enquanto leitora, me sinto grata por ele ter aceitado. A escrita deste autor juntamente com as ilustrações maravilhosas de Jim Kay voltaram a tornar único um tema cada vez mais comum e ofereceram-me, duplamente, o prazer e o gosto que tantas vezes só encontro numa boa história – aquela história que podia ser minha, que podia ser tua (querido leitor). 

Conor tem um pesadelo recorrente mas sabe que é apenas um pesadelo, por isso quando acorda dá continuidade aos seus dias, com mais responsabilidades que o normal por a sua mãe estar doente. No entanto, uma noite, uma noite igual a tantas outras com a particularidade de passarem Sete Minutos Depois da Meia-Noite ele recebe uma visita peculiar, o teixo que avista do seu quarto, centenário, está monstruosamente imponente à sua janela. Conor não sente o medo que deveria, Conor só quer acordar de mais um pesadelo e seguir com a sua vida mas o Monstro, o Monstro quer contar-lhe três histórias e que esta jovem criança lhe conte uma quarta, o Monstro quer que ela enfrente a verdade, uma verdade de que definitivamente virá a ter medo. 

Ilustração de Jim Kay

Excepcionalmente, as personagens deste enredo são bastante convencionais mas nem por isso menos impactantes, afinal são personagens que entre a fantasia, entre monstros, dão vida a questões bastante reais. Assim, temos Conor, um rapaz de doze anos que cresceu depressa devido a amargas vicissitudes, revoltado, triste e que se revela por impulsos enquanto se expressa criativamente. Existe também uma avó, autoritária, com dificuldade em acarinhar o neto nesta fase em que vê a filha tão frágil. Há ainda um pai, pai de outra família num continente distante e cujas prioridades vão desfazendo os sonhos de meninice. E há uma mãe que queria tempo, que queria acreditar e o Monstro de teixo, assustador e encantador, um narrador de verdades que perduram intemporalmente. 

Não vou fazer-vos spoiler, creio que se já ouviram falar desde livro ou viram o trailer do filme perceberam o quão triste este é e o seu possível final. No entanto, como em muito do que tem realmente valor, aqui o importante não é o princípio e o fim mas sim a jornada e tudo o que podemos aprender com ela. 
Neste sentido, temos temáticas muito lineares como o bullying e o cancro, retratadas com rigor e com a capacidade de nos prenderem a cada desenvolvimento, bem como questões afectivas relacionadas com amadurecimento, perda e amor; há um espelho de dor e de revolta mas também de aprendizagem e apaziguamento perante o inevitável. É a vida. 

Agora este livro é fantasia, é em grande parte feito de sonhos que são também pesadelos, essencialmente das histórias que o Monstro conta a Conor. Estas histórias, as reflexões sobre estas histórias que estão longe das suas conclusões imediatas são aquelas que eu espero que leiam e que depois sejam contadas. São histórias de rainhas e cavaleiros, de boticários e seres invisíveis, são histórias com um fundo verdadeiro, são histórias que não tendo finais felizes ensinam lições preciosas que ficam marcadas no vosso coração. 

Resumindo, ofereçam a uma amante de histórias um livro em que através destas e da sua magia ela encontre moral e humanidade e estarão a dar-lhe um pouco do paraíso, aquele que será um dos seus livros de eleição. E se, além disto, este estiver escrito com primor, como é o caso, e se for acompanhado de ilustrações únicas – sabiam que Jim Kay é o responsável pelas edições ilustradas do Harry Potter? – o resultado só pode superar todas as expectativas. E superou. 

Esta é uma aposta Editorial Presença que eu estava desejosa de partilhar convosco. Pessoalmente, sugiro que leiam primeiro o livro e depois vejam o filme, aposto que se vão emocionar com ambos.

Título: Sete Minutos Depois da Meia-Noite
Autor: Patrick Ness
Ilustrador: Jim Kay
Género: Fantasia; Young Adult
Editora: Editorial Presença



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