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terça-feira, 31 de março de 2015

Queridos leitores, hoje venho falar-vos de outro gosto que tenho e que, atendendo ao término de mais um “capítulo” neste outro pequeno prazer, gostaria de partilhar convosco.
Sou uma confessa fã de novelas, não de todas, não de muitas, mas vou estando atenta e de quando em quando surge uma que capta a minha atenção e que, graças às modernices tecnológicas, posso acompanhar de perto.


Recentemente terminou, na Sic, a novela Lado a Lado que teve como autor principal João Ximenes Braga e esta vossa leitora está, efectivamente, de ressaca. Que grande novela, que grande abordagem histórica e social e que grandes, grandes personagens. Não foi uma novela de emoções muito fortes (não chorei e eu eventualmente choro a ver a novela), mas dei muitas gargalhadas e aprendi, e como aprendi, algumas coisas sobre o passado da cultura brasileira.

Começando 15 anos após da Proclamação da República no Brasil e consequente abolição da escravatura, ambos os acontecimentos durante dos anos 80 do século XIX, esta história oferece perspectivas de discrepantes lados da sociedade, num Rio de Janeiro em plena ascensão tecnológica – a novela inicia-se em 1904.
Entre 1904 e 1910, a novela termina no início de 1911, as revoluções e alterações sociais foram tantas e tão velozes que tanto os mais pobres (na sua maioria negros) como os escalões mais elevados tiveram muita dificuldade em adaptar-se, em deixar-se contagiar por questões já comuns na Europa, por exemplo.
O racismo gritante ainda nem precisava de ser denominado dessa forma, com uma cruel barreira entre ex. escravos e uma nobreza decadente a tentar ascender na política (muitas vezes corruptamente). Com este pano de fundo, os autores foram buscar factos históricos delicados como o Bota-a-Baixo e o consequente aparecimento do Morro da Providência, a Revolta da Vacina ou a Revolta da Chibata por parte da marinha brasileira décadas depois do abolicionismo e teceram um enredo com duas grandes histórias de amor a centralizar a acção e, com maior destaque ainda, uma amizade impensável entre a filha de uma ex. Baronesa e uma filha de escravos. Acreditem, é um enredo cinco estrelas mesmo.

Como disse anteriormente, nesta época estava tudo a acontecer e estava mesmo! Foi nesta altura que foram dados os primeiros passos para o aparecimento do samba (grande Camila Pitanga) e da capoeira, ambos oriundos das senzalas e por isso considerados impuros. O mesmo em relação ao Candomblé, considerado feitiçaria, ou do Futebol, na altura um desporto amador e exclusivo às elites (brancos, se me faço entender). Igualmente, apareceu a luz eléctrica, o saneamento e os cordões carnavalescos, actualmente tão populares, eram na altura considerados um acto de rebelião social.

A novela também deu grande destaque aos primeiros passos em torno de questões feministas. Por exemplo, as mulheres não tinham poder paternal, não podiam escrever sobre questões sociais e, de um modo geral, ainda eram educadas para ser esposas. Neste sentido, destaco a personagem Laura, Marjorie Estiano, que adorei ver como jornalista sob pseudónimo masculino, a determinado momento internada num sanatório por ter ideias perigosas para o seu tempo. 

Enfim, são tantos e tão bons os motivos que me levaram a assistir a esta novela que poderia escrever durante horas sobre a mesma. Eu, sinceramente, pouco ou nada sabia sobre esta década fundamental para o Brasil moderno, pouco sabia das questões populares que ao longo de cada episódio foram expostas e me mantiveram presa à acção em paralelo com o romance e as amizades desenvolvidas, floreados que tornaram a ficção ainda mais bonita.

Espreitem o tema de abertura: aqui.

Sim, esta vossa leitora gosta de ler mas gosta ainda mais de histórias, desde que estas valham a minha atenção.

Boas histórias*


2 comentários :

Fabiana Correa disse...

Oi! Tudo bem??
Adoro novelas de época e essa foi muito boa, tanto que chegou a ganhar o prêmio Emmy Internacional. Acredito que foi a última novela que assisti!
Beijinhos aqui do Brasil :*

Elphaba disse...

Olá Fabiana, por aqui tudo óptimo e contigo? :D
Não sabia que tinha sido premiada, mas sem dúvida que mereceu!
Obrigado por passares por cá, beijos de Portugal ;)

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