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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Sinopse:
A mãe de Danny perdeu a batalha de cinco anos contra o cancro, três semanas antes de ele acabar o secundário - o dia porque ela mais esperara.
Agora Danny fica sozinho, apenas com as suas memórias, o seu cão, e a ex-namorada que lhe destroçou o coração. Não sabe o que fazer com a casa, o que dizer no da formatura, e muito menos como viver ou ser feliz.
Então uma carta de uma amiga da mãe em Tóquio fá-lo largar tudo e viajar até ao outro lado do mundo para descobrir os segredos da mãe – e perceber por que motivo os seus últimos meses foram tão cheios de alegria. Porém, não é capaz de encontrar as respostas ou de fugir às complexidades da sua relação com Holland apenas por atravessar o oceano. Porém, entre as flores de cerejeira, os templos e as multidões da cidade de néon, e com a ajuda de uma jovem japonesa amiga da mãe, começa a ver que talvez não tenha sido a magia antiga ou os tratamentos místicos que faziam a mãe regressar ao Japão.
Talvez o segredo de como viver resida na forma como ela morreu. E como amou.

Sou uma pessoa um pouco mais feliz quando leio livros como a obra de Daisy Whtiney, mais feliz por ela a ter criado e por esta ser capaz de chegar a todo o tipo de público, independentemente da sua idade. Anima-me, verdadeiramente, o seu tom simples para tocar algo profundo, para tocar tantas coisas importantes na vida de alguém, valorizando-as, através de pormenores que se aparentam irrelevantes.
Quando Aqui Estavas é bom e, dependendo de como seja olhado, pode tornar-se muito bom, como deve ser qualquer livro que fale de vida, de morte, de segundas oportunidades e que consiga, ainda, abrir os horizontes de quem lê.

No início da minha leitura estava com medo, pensei que ia chorar, mas, pelo contrário, quase me irritei, quase me aborreci com um rapaz igualmente irritado e de mal, de muito mal com a vida. Assim sendo, surpreendi-me e revi-me num momento da minha existência em que tive numa situação apenas próxima da sua, uma situação que depois das lágrimas de tristeza trouxe consigo as lágrimas de raiva e mágoa, e é com as segundas lágrimas, poucas semanas depois da morte da sua mãe, que conhecemos Danny, um rapaz disposto a testar os seus limites e os dos que lhe são próximos.

Confesso, não consigo sequer ousar-me imaginar passar por aquilo que Danny suporta no princípio desta história, acabado de terminar o secundário, sem família próxima e largado num universo de pontas soltas. Denny, tão necessitado de afecto, de respostas e perdido com um rumo absolutamente ausente, incapaz de se conformar, de aceitar e de evoluir naquela que é uma fase tão crucial na vida de todos nós. No entanto sou, definitivamente, capaz de olhar para as suas pegadas e ser uma sombra dos seus desejos, do seu primeiro passo na busca de um pouco mais daquela que mais amou, daquela que mesmo depois de partir saberá ensiná-lo e, mesmo ausente, irá fazê-lo voltar a ser feliz – acreditem, é algo quase mágico. 

No que respeita à personagem principal desta história, que citei sucessivamente nos parágrafos anteriores, ela é uma esponja de emoções, uma esponja que absorve ao máximo e deixa escoar a fio os seus sentimentos e pensamentos para o leitor. Adorei ver Danny observar um mundo que conhecia com um novo olhar, assistir à abertura das suas perspectivas numa tentativa de ver o que a mãe viu para tentar alcança-la, ele que sempre a teve por perto mas que a perdeu de uma forma que não compreende na sua recta final. Enfim, enquanto protagonista o que mais gostei, fora o seu senso de humor maravilhoso, a sua generosidade e capacidade de abraçar o próximo, foi da sua evolução, da sua jornada íntima de autoconhecimento numa tentativa de ser homem sozinho, algo que só conseguiu quando se permitiu deixar envolver pelo outro – conhecemos um jovem e despedimo-nos de um homem.

Os intervenientes secundários, sendo um pilar fundamental na vida do protagonista, são igualmente primordiais para o texto. A mãe de Danny destaca-se por ser alguém que vamos conhecendo através de filho, conseguindo saber muito sobre esta mulher pelo puzzle que é criado em torno dos últimos meses da sua vida, acabando por se tornar alguém que o leitor admira pela sua coragem e forma de amar. Também gostei muito de conhecer Holland, que se revela bem mais do que deixa antever numa primeira impressão e adorei Kana, uma jovem japonesa de quem Danny se aproxima, que representa bem o valor da amizade e que oferece um retrato extremamente interessante de uma geração culturalmente diferente das restantes personagens. Por fim, não posso esquecer Sandy Koufax, a cadela de Danny e que este idolatra, quem tem especial carinho por animais de estimação certamente sentirá e gostará da ligação forte entre ambos.

Personagens à parte, uma das características mais apelativas desta narrativa diz respeito ao seu cenário principal, aquele que oferece respostas e, de certa forma, uma segunda vida ao protagonista. O Japão, mais precisamente Tóquio, aparece deliciosamente representado e torna tanto a viagem como as descobertas da história fascinantes – sinto-me segura para afirmar que ambos os conceitos são explorados com duplicidade, literal e intima, de forma bastante inteligente e apropriada. Facto é que os contrastes, as explosões de cores e sabores proporcionados ao leitor ocidental estão representados na perfeição.

Por fim, porque este é, tal como a capa elucida, um livro sobre amor, morte e segundas oportunidades, existe uma intensidade crescente e inesperada ao longo do desenvolvimento do enredo que agarra o leitor e vicia-o na dor terna, por vezes breve, que lateja constante no coração de Danny. É uma dor que não magoa nem nos faz sofrer mas que nos faz pensar e desejar o melhor capítulo após capítulo, repleto de novidades onde são exploradas problemáticas variadas e onde a escolha acaba por ter, também ela, um papel muito importante. Mas atenção, não tenham receio, este é um livro feliz, um livro de encontros e renascimento que, com a ficção, desperta que lê para o poder de acreditar.


Em suma, uma história que não começou de forma avassaladora mas que me foi embalando e estimulando a minha curiosidade, com o seu mistério que revela que o fim pode ser apenas o começo. Uma história perfeita para leitores de romances, em particular jovens-adultos, que desejem conhecer um ambiente diferente e interessante enquanto se prendem ao destino de um jovem muito interessante.

Relativamente à escrita de Daisy Whitney, esta equilibra beleza com simplicidade, dependendo do momento em que se desenvolve a acção. O ritmo é célere, com capítulos curtos, que proporcionam a leitura voraz e as suas descrições, apenas ligeiramente aprofundadas, permitem a visualização total e sensitiva de um mundo novo, diferente e admirável nas suas desigualdades.

Penso que ficou clara a minha opinião de Quando Aqui Estavas, uma história que me reconfortou e entreteve na medida certa e que, creio, relembrarei durante algum tempo. 
Fiquei bastante curiosa para ler mais livros da autora.

Esta é mais uma aposta assertiva da chancela Livros com Sentido, ASA, que recomendo sem qualquer tipo de restrição aos leitores de John Green e não só, pois tenho a certeza que encontram a vossa ligação com estas páginas.


Título: Quando Aqui Estavas
Autora: Daisy Whitney
Género: Romance
Editora: Asa, Livros com Sentido


8 comentários :

Mafi disse...

Também estou muito curiosa para ler este livrinho, parece fascinante e é bom que ainda apostem YA em Portugal. Estes livros que transmitem uma mensagem são sem dúvida uma boa aposta =)

A capa é que pronto estraga tudo :/ não é nada apelativa, na minha opinião!

beijinhoo

Anónimo disse...

A sinopse deste livro já me tinha chamado à atenção. Agora com a tua opinião... bem, acho que tenho mesmo de o ler! :)

Elphaba disse...

Olá Mafi... Sim, é uma boa aposta que na minha opinião agrada a um público muito diversificado e, consoante o que procures, gostarás mais ou menos mas é difícil não gostar de todo. (Não desistas na primeiras páginas quando o protagonista se portar mal! lol)
Eu gosto bastante da capa, em particular da imagem de funto que me faz pensar em Tokio, o cenário/ambiente do livro.

D. Santos, espero que gostes tanto como eu *.*

Beijinhos & Boas leituras*

Liℓiαnα☆ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Liℓiαnα☆ disse...

Serei a única a detestar as traduções de Inês Castro? Horrível!
Usa nos diálogos traduções à letra, ninguém dialoga daquelas maneiras tipo:
- Verdade.
E muitas mais coisas sem nexo.
Já no "Predestinados" detestei. Considero que ela estraga os livros com a tradução. >.<

Elphaba disse...

Sério? Eu confesso que nunca reparei muito mas eu a não ser ortografia até tenho facilidade em abstrair-me apesar de, confesso, cada vez me faz mais confusão erros de sintaxe.
Vou andar mais atenta. :)

Boas leituras L <3
Beijinho*

Liℓiαnα☆ disse...

A sério, eu NUNCA reparo nos nomes dos tradutores, limito-me a ler o livro, mas eu estava tão ansiosa por ler "Predestinados" e foi a primeira vez na vida que uma tradução me fez confusão e tirou-me todo o gosto da leitura, e meses depois andava eu tão ansiosa por ler "Quando aqui estavas", e logo no inicio do livro dou por mim horrorizada com as mesmas expressões, frases, erros, parecia que estava a ler "predestinados" outra vez mas com uma historia e personagens diferentes, levantei-me logo, fui à estante buscar o livro e vi nos dois se a tradutora era a mesma e quando vi que era até me caiu tudo ao chão... :(

Elphaba disse...

:(
Não deixes que isso te tire o prazer de ler pois nada é tão importante como isso. Mas entendo o mau-estar, a sério que sim...

Boas leituras* Beijinho*

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