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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
Viciada em literatura fantástica e romântica.
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segunda-feira, 20 de novembro de 2017
Sinopse: 
«Por favor, faça uma lista de todos os bens que considera essenciais na sua vida.»
O pedido parece estranho, até intrusivo. É a primeira pergunta de um questionário de candidatura a uma casa perfeita, a casa dos sonhos de qualquer um, acessível a muito poucos. Para as duas mulheres que respondem ao questionário, as consequências são devastadoras.
EMMA: A tentar recuperar do final traumático de um relacionamento, Emma procura um novo lugar para viver. Mas nenhum dos apartamentos que vê é acessível ou suficientemente seguro. Até que conhece a casa que fica no n.º 1 de Folgate Street. É uma obra-prima da arquitectura: desenho minimalista, pedra clara, muita luz e tectos altos. Mas existem regras. O arquitecto que projectou a casa mantém o controlo total sobre os inquilinos: não são permitidos livros, almofadas, fotografias ou objectos pessoais de qualquer tipo. O espaço está destinado a transformar o seu ocupante, e é precisamente o que faz…
JANE: Depois de uma tragédia pessoal, Jane precisa de um novo começo. Quando encontra o n.º 1 de Folgate Street, é instantaneamente atraída para o espaço —e para o seu sedutor, mas distante e enigmático, criador. É uma casa espectacular. Elegante, minimalista. Tudo nela é bom gosto e serenidade. Exactamente o lugar que Jane procurava para começar do zero e ser feliz.
Depois de se mudar, Jane sabe da morte inesperada do inquilino anterior, uma mulher semelhante a Jane em idade e aparência. Enquanto tenta descobrir o que realmente aconteceu, Jane repete involuntariamente os mesmos padrões, faz as mesmas escolhas e experimenta o mesmo terror que A Rapariga de Antes.
O que aconteceu antes?

Tenho de começar este comentário confessando-vos que li este livro há alguns meses, no entanto foi com prazer que efetuei uma releitura nos últimos dias para vos trazer esta opinião que, definitivamente, não poderia deixar de fazer. Este é um dos livros que marca pela diferença em 2017. 

Com uma aura impregnada de suspense logo a partir das primeiras páginas, A Rapariga de Antes é, no mínimo, um título que desperta a curiosidade do seu leitor. Com a certeza de que algo correu mal anteriormente e que no presente voltará a acontecer, o magnetismo que nos leva a querer saber mais sobre o passado e os intervenientes é constante e, ainda assim, creiam-me, não será suficiente para descobrirem os segredos guardados no n.º 1 de Folgate Street

Emma e Jane, a rapariga de antes e a rapariga de agora, fundem-se com uma subtileza tal que, apesar de tudo o que as torna singulares, se tornam indissociáveis durante a leitura. Ambas são inteligentes, atraentes e traumatizadas por factos bem diferentes que mudaram as suas vidas. A primeira apresenta-se comprometida e a segunda solteira, Emma é facilmente irritável, assustadiça, enquanto Jane, mais serena, procura o gosto pela vida. Não fosse a casa que partilham em momentos diferentes seria quase impossível associá-las mas, assim que o fazemos, os paralelismos são encantatórios e vão muito além dos traços físicos que parecem caracterizá-las. 
Simon e Edward, o namorado de Emma e o tecno-arquiteto da Casa, tornam-se assim intervenientes secundários que, apesar do papel relevante, surgem à margem do imenso mergulho que efectuamos na vida destas mulheres, cujos receios e necessidades vão sendo as peças essenciais neste puzzle, thriller, psicológico. 

Com o texto a tornar-se verdadeiramente tenso a partir do momento em que as protagonistas, no passado e no presente, mudam na mesma altura da narrativa o para o n.º 1 de Folgate Street, acompanhamos em simultâneo a sua adaptação, as alterações que sofrem emocionalmente e a forma como a Casa – ela própria a ganhar contornos de personagem – parece moldar as suas vidas, o que torna o percorrer das páginas muito cativante. Mais, é o todo desta história, os múltiplos pormenores que podemos apreciar durante o seu desenvolvimento, como se constrói até ao desenlace, que tornam a sua leitura tão especial, diferente de outras obras dentro do género que estou habituada a ler. 

Além do enredo, vocês sabem o quanto eu aprecio a abordagem de temáticas pertinentes e, também aqui, tenho pontos positivos a acrescentar. O stress pós-traumático derivado de violência quotidiana, ou mesmo de perdas físicas e emocionais, adquire contornos que vão metamorfoseando as personagens e, sendo contemporâneos, conseguem deixar o leitor a pensar na sociedade em que vive e na forma como esta altera a nossa visão dos outros, levando-nos a questionar até que ponto aquilo que toca a nossa perceção não nos torna demasiado maleáveis. 

Enfim, é difícil dizer muito mais sem spoiler, mas quero reafirmar o quanto gostei deste livro, da escrita de JP Delaney que me prendeu até ao final, mestrando a história com uma inteligência acima da média. Afinal, não é por acaso que os direitos cinematográficos desta obra já estão comprados! 

Se quiserem oferecer um thriller psicológico este Natal, esta é a minha sugestão. Uma aposta Suma de Letras, do Grupo Penguin Random House, que anda a publicar livros de alta qualidade dentro deste género literário. 

Título: A Rapariga de Antes
Autor: JP Delaney
Género: Thriller Psicológico
Editora: Suma de Letras


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