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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sinopse:
Muito já se publicou sobre o casamento. Mas pouco, ou quase nada, sobre os momentos íntimos no segredo das alcovas depois das cerimónias oficiais. Juliette Benzoni, historiadora e romancista, soube encontrar o fio condutor dos escritos e memórias de várias personagens da História, desde noites de núpcias de deuses, de reis a príncipes. Noites grandiosas de Alexandre, o Grande, noites resignadas de Luís XVI, noites reticentes, noites de lágrimas, estranhas, entusiastas e desesperadas. Noites dramáticas, da tenda de Átila, o Huno ao quarto de Mayerling, terminam em amor ou ódio instilados no sangue.
Este livro conduz-nos por estas noites secretas e nunca reveladas e que, por vezes, mudaram o curso da História.
Noites dos Grandes. Mas talvez também as nossas. Todos podemos reencontrar as nossas experiências e confrontar as nossas decepções e sonhos.

Se dúvidas houvesse quanto ao talento de Juliette Benzoni - afinal de contas só li os seus dois livros relativos à Época dos Venenos, passados na famosa corte de Luís XIV -, estas foram dissipadas quando, após mergulhar num género literário ao qual sou absolutamente adversa, emergi das suas páginas plenamente satisfeita.

Um cocktail incomum, Na Cama dos Reis: Noite de Nupcias reúne um extenso e diversificado conjunto de histórias, umas mais fundamentadas, credíveis, que outras, sobre um momento que se idealiza íntimo e de partilha mas que, porque assim ditavam as regras ou por insistência dos mais perseverantes interessados, muitas vezes ao longo dos tempos foi digno de escrutínio e avaliação. Falo-vos, claro está, de um momento de consumação, consumação de um casamento, de um tratado ou contracto, da consumação de um jogo de poder, quiçá perverso, quiçá de sedução, ou até, excepcionalmente, da consumação de algo que era ausente, de algo a que hoje designamos de amor.

Este não é, de todo, um livro romântico e, afirmo desde já, que embora de passe maioritariamente em leitos matrimoniais, está longe de ser um livro sensual. Este é, isso sim, um livro histórico, uma compilação perfeita e divertida onde o leitor encontrará momentos que, eventualmente, ditaram o rumo de antepassados sonantes e que hoje são a base de estudo de muitos mas, ainda assim, é um livro irresistível, absolutamente irresistível, concebido por aquela que é mestra no seu ofício.

Iniciando a nossa viagem Babilónia, passando para o mais libertino dos deuses, Zeus, a semideuses e outros tantos que assim se consideravam, como os faraós, esta narrativa torna-se sublime com aquele que seria, definitivamente, o lar perfeito da autora. É ao analisar reis, rainhas e reinados que se verifica que a autora pesquisou profundamente para nos oferecer algo verosímil e fundamentado, oferece-nos noites resignadas, noites reticentes, noites inglesas e… estranhas, noites entusiastas e, ainda, noites dramáticas, temáticas em que se dividem os diversos textos ao longo do livro.
Neste ponto, a partir de A noite de Catarina de Médicis, o livro ganha um novo folgo e interesse, que se mantém até ao final, com um ritmo e envolvência deliciosos, raros, atendendo ao tipo de leitura que trata a obra.

Bem ao jeito da autora, quem lê encontrará uma crítica latente à opulência, à arrogância máscula de outros tempos e que permanece, muitas vezes, até aos dias de hoje - algo que, segundo a mesma, só poderá descender dos próprios deuses. Acredito.
Tudo, absolutamente tudo o que li está exposto com elegância e coerência extremas, pois estas são linhas que nos falam de soberanos, de pormenores curiosos de soberanos que se encontram sustentados numa bibliografia final de cortar o folgo, onde consta, até - espantem-se -, tratados e obras portuguesas. Sim, nós temos uma História maravilhosa!


Em relação à escrita de Juliette Benzoni, eu sonho um dia escrever como ela, com uma beleza capaz de hipnotizar quem quer que goste de ler.
Com um humor fabuloso, o seu dom permite-nos aprender sem que exista a noção do quão enriquecedoras são as suas palavras, palavras que nos brindam com ironia, palavras que jogam com os seus intervenientes, graciosamente. São características brilhantes que tornam Juliette singular e destacável entre muitas outras autoras.

Pessoalmente, de cada vez que leio esta autora sinto uma gratificação que raramente encontro noutra histórias, pelas lições valorosas que recebo enquanto usufruo de entretenimento puro. É das que mais prazer me dá folhear, não minto, pois para mim é clara a sua qualidade para anexar o contemporâneo ao clássico, encanta-me.
Em relação às pequenas narrativas que li, uma das minhas favoritas é A noite da gata-borralheira polaca, por ser das poucas em que foi desnecessária a graça e o talento da autora para que seja espelhada a felicidade - coisa rara antigamente.

Embora não seja uma opção comum, eu recomendo esta aposta da Planeta Manuscrito a todos os que gostem de ler, a todos curiosos que desejem variar as suas páginas e experimentar algo com imenso valor, já para não falar de que se trata de uma aquisição obrigatória para quem gosta de obras históricas.

Livro 1 e 2
A Época dos Venenos


Mataram a Rainha! (Opinião)
O Quarto do Rei (Opinião)



Título: Na Cama Dos Reis: Noites de Nupcias
Autora: Juliette Benzoni
Género: Histórico, Contos


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