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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
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sexta-feira, 15 de setembro de 2017
Sinopse:
Perto de uma mansão isolada, encontra-se um jardim com flores exuberantes, árvores frondosas e... uma coleção de preciosas «borboletas». Jovens mulheres sequestradas e tatuadas para se parecerem esses belos insetos. Quem toma conta deste estranho lugar é o aterrador jardineiro, um homem retorcido, obcecado com a captura e a preservação de seus espécimes únicos
Quando o jardim é descoberto pela Polícia, uma das sobreviventes é interrogada. Os agentes do FBI Hanoverian e Eddison têm a tarefa de juntar as peças de um dos quebra-cabeças mais complicados das suas carreiras. A menina, cujo nome é Maya, ainda se encontra em choque e o seu relato está cheio de fragmentos de episódios arrepiantes, no limite da credibilidade. Tortura, todas as formas de crueldade e privação pareciam estar na agenda da estufa dos horrores, mas no testemunho da jovem há lacunas e reticências… Maya continua a sua terrível história e os agentes do FBI precisam de descobrir quem, ou o quê, Maya tenta esconder…

Sempre que tenho oportunidade, tendo a escolher as minhas leituras por intuição. Não sei explicar, é uma espécie de magnetismo que começa pela capa, se estende à sinopse e culmina com o sorriso que normalmente nasce logo na primeira página – encantamento que, definitivamente, foi conseguido com O Jardim das Borboletas

Oferecendo-nos o depoimento de Maya como principal fonte de informação, a história Dot Hutchinson centra-se num sequestro de contornos tão macabros quanto fascinantes, cujas proporções aumentam conforme vamos mergulhando nas memórias da sua protagonista, muitas vezes dúbia e distante dos traumas que lhe foram infligidos. 
Com uma noção inicial do horror que se adivinha, não me confesso chocada com as descobertas nem com o desfecho do texto, no entanto, a cadencia a que os desenvolvimentos são expostos é verdadeiramente boa e é muito fácil ficarmos presos, diria mesmo viciados, até que a solução deste enigma seja revelada – li este livro em pouco mais de 24 horas, algo que já não me acontecia há muito tempo. 

Apesar de o enredo depender quase totalmente de Maya, uma jovem de humor caustico, quase apática, com disfunções afectivas claras e personalidade dominante, creio que é no contraste com as outras Borboletas que esta protagonista de destaca. Da mesma forma, o seu relato só tem o impacto desejado devido à inteligência e sensibilidade do Agente Especial do FBI no comando Victor Hanoverian, que através de uma paciência invejável consegue conduzir uma narrativa muitas vezes dispersa para os pontos fundamentais que o leitor deseja descobrir. 
À parte destes, o vilão e os seus cúmplices são dignos de pena e repúdio, respectivamente, sendo o equilíbrio de afecto e desapego, que confere naturalidade aos seus actos, que acabou por me chocar mais. 

O que mais me atraiu na leitura foi, definitivamente, o Jardim, a estufa onde se encontravam as vítimas antes de serem resgatadas e as singularidades deste espaço. A forma como tudo funciona de maneira tão credível, tão exposta e ainda assim tão camuflada, é fantástica. O seu sistema, a estrutura social aí montada e sua capacidade de quase autogestão são dignas de aplausos e dei por mim completamente agarrada a cada emoção que se ia desenvolvendo nas várias prisioneiras, a cada momento de crueldade que era descrito com um misto de adoração e repulsa – creio que a perfeição terá sempre esse efeito. 

Enfim, não há muito mais que eu possa partilhar sem incorrer em spoiler, mas basta pensarem um pouco nos próprios seres que inspiram esta história, borboletas, belíssimas e frágeis, quiçá capazes de catástrofes com um simples bater de asas, seres que tantos consideram coleccionáveis pela complexidade de cor e desenho, para perceberem o quanto de encantatório pode existir neste crime desumano. 

Este thriller perturbador, com o carimbo Suma de Letras, foi a escolha perfeita para sair da minha inércia literária. Recomendo veemente aos fãs do género, com a certeza de que, sem grandes expectativas, conseguiram encontrar um crime quase, quase perfeito! 

Título: O Jardim das Borboletas
Autor: Dot Hutchison 
Género: Thriller 
Editora: Suma de Letras   


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