As Histórias de Elphaba: O Capitão Grisam e o Amor – Fairy Oak

sábado, 15 de fevereiro de 2014

O Capitão Grisam e o Amor – Fairy Oak | Elisabetta Gnone [Opinião]

23:00 |

Publicada por Elphaba |

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Sinopse:

Numa gruta secreta, escondida no meio das cascatas geladas pelo Inverno, cinco jovens amigos abrem um velho baú e trazem à luz uma história que durante muitos anos estivera encerrada e esquecida, voluntariamente esquecida!

Um mistério envolve o passado do que se dizia um valente comandante e caberá a Baunilha e Pervinca e ao jovem mago Grisam, à cómica Flox e a toda a Trupe do Capitão descobrirem a verdade sobre William Talbooth.

Poucos indícios, inesperadas descobertas e lacónicas lembranças auxiliarão os pequenos a recompor, diante dos olhos maravilhados das gémeas e dos seus companheiros, o que sai da névoa do mistério que parece ter os olhos e o sorriso do amor.

Quem era realmente o capitão? E de onde voltava quando o seu navio naufragou em frente da costa da aldeia encantada? E por que quando se abriu o baú todos parecem ter uma história de amor para contar?

O fim é feliz, mas não privado de surpresas, e sobretudo uma fará bater o coração de Baunilha…

De certa forma surpreende-me a capacidade que eu tenho de me deixar maravilhar por histórias dedicadas aos mais jovens, histórias que se fazem de lições básicas e de impossíveis realizados em imaginações férteis.

Elisabetta Gnone tem um dom, o dom de fazer com que as suas palavras de fada sejam intemporais cheguem facilmente a corações tenros, assim como de brincar com as recordações dos graúdos, admirando a todos com a sua narrativa fantástica plena de beleza e singularidades.

Um dos seus maiores trunfos, que deu vida a sete livros, uma trilogia e uma tetralogia, está na magnífica aldeia de Fairy Oak, um local onde mágicos e não-mágicos partilham amor em sintonia perfeita e onde nos são narradas as aventuras de encantadoras crianças que crescem tendo a bondade como principal valor. É um pedacinho de paraíso que todos gostaríamos de visitar e que fará os mais pequenos acreditarem num mundo pleno de possibilidades, é um local que deixará saudades pelo seu cenário e ambiente extraordinários.

As protagonistas deste enredo, feiticeiras opostas e eternas amigas, gémeas de luz e escuridão inseparáveis, Pervinca e Baunilha ou Vi e Babu, são-nos apresentadas através de uma fada de nome dificilmente pronunciável contratada como ama das meninas até que completem quinze anos, apelidada de Feli. E é esta fada, agora de regresso ao seu lar, agora apaixonada por Fairy Oak, que narrará aos leitores as aventuras dos jovens habitantes deste local mágico, as suas descobertas por caminhos de amor e mistério rumo ao seu lugar no mundo, ao longo de quatro serões repletos de emoções – o primeiro serão dá título ao livro, O Capitão Grisam e o Amor.

Seja pelo efeito visual/físico, pelo texto ou pelas personagens, este livro está repleto de pormenores especiais que marcam a leitura e certamente cativaram os mais novos, tudo graças a um magnífico trabalho por parte da autora que soube realmente tocar a magia e compor um mundo de ilusões e cheiros que incentiva o imaginário.

Os intervenientes, quase todos e em particular os mais pequenos, são amáveis e traquinas de igual modo, vivendo de forma emotiva o mistério relativo ao passado de Capitão William Talbooth e aprendendo com os seus segredos a trilhar o caminho certo para si, cheio de contracurvas e momentos solenes, rumo a um final que não poderia ser mais bonito.

Gostei particular de Babu e Vi, mas também de Grisam que partilha a coragem e a honra das gémeas, uma mais sensata e outra mais audaz, respectivamente. Carriço, Mordisca, Flox e Acanti são igualmente amorosos tal como os familiares de todos jovens que citei até ao momento e embora nem todos os intervenientes sejam puros, pois existe algo parecido com vilões, a trupe de heróis sabe contorna-los da melhor forma possível.

A escrita de Elisabetta Gnone é linda, lírica e encantatória sem a necessidade de recorrer a uma linguagem infantil para reter a atenção e espelhar os valores do seu público-alvo. Do mesmo modo, a sua criatividade transborda para lá das páginas, dando vida ao extraordinário e criando uma ligação doce e de respeito com a natureza. Foi um livro que eu saboreei calmamente, mas aposto que os mais pequenos irão devorar cada palavra. Um livro que comprova o talento desta autora que ficou conhecida, em particular, pela série W.I.T.C.H..

Por fim, a edição está maravilhosa. Começando pela resistência da capa dura, ideal em mãos mais trapalhonas, e passando para as ilustrações da capa, muito bonita, e da sobrecapa, ainda mais bela, não tenho palavras para descrever o quanto gostei. Mesmo o interior do livro, com desenhos diversos e páginas a cor está muito bom, como podem ver pelas imagens que resolvi partilhar e que não fazem, de todo, jus bonito livro de que vos falo.

Em suma, não posso falar muito para não fazer spoiler a uma história que é muito simples e que cativa pelos detalhes exposto, assim como pelo poder das palavras. Enfim, só me resta mesmo reafirmar que me deu muito prazer e que tenho muita pena de não ter crianças no meu círculo próximo para partilhar tudo o que Fairy Oak tem para oferecer. Convido-vos ainda a visitar o site dedicado a Fairy Oak (aqui) e a descobrirem um pouco deste mundo magnífico.

Esta é uma aposta da Planeta Manuscrito que eu recomendo, sem qualquer restrição, para um público juvenil, e para os adultos que gostam dos livros em todas as suas acepções.

Título: O Capitão Grisam e o Amor – Fairy Oak

Autora: Elisabetta Gnone

Género: Infanto-juvenil; Fantasia

Editora: Planeta Manuscrito

Etiquetas: Elisabetta Gnone , Fairy Oak , Fantasia , infanto-juvenil , O Capitão Grisam e o Amor , Opiniões , Planeta Manuscrito

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