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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
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sexta-feira, 5 de abril de 2013
Sinopse:
Chrysabelle esconde no corpo as marcas douradas e os segredos das comarré - uma raça especial de humanos criada para alimentar a elite de vampiros nobres com o seu sangue rico e poderoso. O destino dela está traçado desde sempre: servir incondicionalmente o seu patrono. Mas quando este é assassinado, a vida de Chrysabelle muda por completo. Finalmente pode ser livre, um sonho que nunca se permitira ter e que depressa se transforma num pesadelo. Ela é a principal suspeita do crime e do roubo de um anel mágico. O anel que a ambiciosa Tatiana está decidida a recuperar, custe o que custar. Chrysabelle atravessa o Atlântico para provar a sua inocência, e nesta demanda o seu caminho cruza-se com o de Malkolm, um poderoso e irresistível vampiro que foi renegado e alvo de uma maldição. Ambos tentam combater a inegável atração que os une. Mas o tempo urge. Ambos têm de unir esforços para travar os planos de Tatiana, que pretende acabar com o mundo tal como eles o conhecem e fundar um reino de trevas. Direitos de Sangue é o primeiro volume da série Casa das Comarré e um best-seller internacional.

Não há volta a dar, quando mergulho num bom enredo fantástico é difícil eu não ficar fã e quanto à série Casa das Comarré, por tudo o que vou lendo, esta até pode vir a desiludir-me mas, para já, valeu sem dúvida alguma cada minuto da minha leitura. Gostei mesmo.
Com uma sociedade hierarquicamente interessante, um conjunto diversificado de criaturas extraordinárias e uma protagonista que se revela uma verdadeira caixinha de surpresas, esta é uma história sem momentos mortos que me deixou a desejar ter nas mãos o livro seguinte.

Em Direitos de Sangue conhecemos a nossa protagonista, Chrysabelle, quando esta se encontra em fuga pela sua liberdade, que é, simultaneamente, a sua única hipótese de sobrevivência. Vida de comarré não é fácil e, principalmente no seu caso, pode muito bem não vir a ser longa…
Com uma beleza rara e criada para servir, esta personagem destaca-se por ser a de sangue mais puro e, em segredo, a mais forte entre os que pertencem à sua maravilhosa raça o que, infelizmente, poderá não ser suficiente agora tem de arriscar tudo, combatendo os seus impulsos inatos, para escapar à perseguição, à vingança, de vampiros poderosíssimos que desejam o seu sangue e cobiçam o anel do seu patrono assassinado.

Personagens intensas que vão sempre ofertando novas revelações e um enredo simples de início mas com uma complexidade crescente são, definitivamente, dois dos pontos que me mantiveram presa a esta leitura. No que respeita ao primeiro aspecto, para lá de Chrysabelle - que não sendo extraordinária, cumpre o seu papel como uma heroína que ainda tem muito por revelar -, gostei muito de Malkolm. Como vampiro, podemos considera-lo diferente dos restantes por muitos motivos mas, principalmente, por, ainda que contrariado, se disponibilizar para fazer parte da demanda  da protagonista. Cuidadosamente construída, esta personagem revela um carácter contraditório, uma maldição horrivelmente adorável e um poder irresistível que, juntamente com a sua arrogância, sede de sangue e o núcleo de trevas o rodeia, o tornam fascinante. Igualmente interessantes são os intervenientes secundários, que são muitos e muito bons. Como amigos de Malk temos Fi, que é a típica alma-penada, irritante e divertida, que numa primeira articulação do texto nada mais faz do que atormentar Malkolm – já de si à beira da loucura -, e Doc, um ser meio homem e meio animal com uma força de meter inveja. Também com algum protagonismo temos a tia de Chrysabelle, uma libertas, e a sua ajudante/companheira de casa, uma fátua bastante arrepiante. Estes quatro são apenas alguns entre muitos, muitos outros que espelham um retrato que varia do aterrador ao atractivo.

Claro que, de entre todas as criaturas que habitam esta narrativa, gostei particularmente dos vampiros e dos comarré, os primeiros bastante perversos, como convém à esta espécie, e com uma hierarquia, intrigas e jogos de poder muito interessantes. E por falar em sugadores de sangue, é impossível não frisar Tatiana – um grande “viva” para ela –, esta personagem integra o núcleo dos vilões, que por sinal nem sempre conseguimos identificar, e caracteriza-se pela sua loucura, ambição e maldade excepcionais – vão adorar descobrir a sua relação peculiar com cobras –, não sabia se me havia de rir ou arrepiar com as suas acções, ela é excelente. No que respeita aos comarré, que podem ser de ambos os sexos, têm mesmo de ler para descobrir as suas singularidades, digo-vos apenas que a começar pelos signum e terminando na sua cultura me fascinaram totalmente.
De um modo geral, adorei toda a sociedade, aqui denominada de alternatural, e todos os que a integram que, embora não sejam estranhos aos leitores habituados a estas andanças, certamente que surpreenderão pelos cuidados originais. 

Em suma, uma narrativa onde reina a emoção e a loucura que, de uma forma ou de outra, atingem todas as personagens, em constante modo de alerta, a par com o sentimento de predominante desconfiança, até para com aqueles lhes são familiares. Do mesmo modo, os requintes aplicados à violência são, também, extras muito bem-vindos que se complementam em batalhas ou combates breves, mas bem conseguidos.

Um último alerta para o facto de que embora a sensualidade seja latente, devido às características inatas da raça que dá nome à série, este é um livro sem erotismos sendo, isso sim, uma fantasia urbana pura e intemporal que encantará os inexperientes e satisfará os adeptos do género.

Podemos acusar Kristen Painter de muita coisa mas não de lhe faltar, com toda a certeza, criatividade, algo que quando complementado com a sua escrita faz com que a leitura das suas palavras flua entre acção constante, o que torna o seu livro viciante.
O ambiente criado, noctívago, é uma mais-valia para transmissão de sensações ao leitor e apesar de não ser particularmente intenso em descrições é possível fazer um bom acompanhamento dos movimentos das personagens. De qualquer forma, não restam dúvidas, o esmero e um particular cuidado foram direccionado para os que dão vida à história que estão sempre, mas sempre, a revelar novas informações e acrescentar momentos pertinentes à narrativa.

Quanto a mim, senti uma imensa dificuldade em falar deste livro porque gostei mesmo muito e existe imensa informação que gostaria de partilhar convosco deixando-me, constantemente, a um passo de não dizer tudo o que queria ou de cometer spoilers. (Se acharem que cometi algum digam-me.)
Como já dei a entender, adorei os pormenores associados ao maravilhoso e as personagens desenvolvidas, especialmente Malkolm pela ironia do papel que representa neste texto - ele é sinónimo de esperança, uma esperança perturbadora e negra, para uma Chrysabelle que aluz entre a escuridão. Da mesma forma, gostei da sensação permanente de que tudo aquilo que acontece ao longo história é tão importante como o que fica por acontecer, confuso?
Fica, claro está, o desejo imenso de por as mãos em Sacrifício de Sangue, o próximo título da série Casa das Comarré anunciado para breve. (Não percebo o “das” uma vez que existem comarré unissexo… mas isto é tão bom que não interessa nada.) *.*


Uma excelente e surpreendente aposta da ASA no fantástico que, creio, conquistará os fãs deste género literário e, quem sabe, até novos admiradores. Recomendo.

Título. Direitos de Sangue
Autora: Kristen Painter
Género: Fantasia Urbana, Romance
Editora: ASA - Adquirir aqui

2 comentários :

Alice disse...

Também gostei bastante deste livro. Espero que no próximo a autora desenvolva mais certos aspectos e me mate alguma curiosidade.
Será que demoram muito a editá-lo?

Elphaba disse...

Olá Alice,
Pelo que sei acho que o próximo sairá em Maio/Junho... Não vamos ter de esperar muito :)

Beijinho*

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